Mães de pessoas com deficiência terão auxílio de R$ 900

Em Mato Grosso do Sul, mais de duas mil pessoas – em sua grande maioria mães, avós – que são cuidadoras de pessoas com deficiência terão a partir de agora um auxílio de R$ 900 mensais, através do programa “Cuidar de quem Cuida”, laçado hoje (04), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.

Nas palavras de chefe do executivo estadual, Eduardo Riedel, o Governo e sua equipe manifestam um olhar muito atento para a qualidade de atendimento da assistência social em Mato Grosso do Sul, sendo essa uma forma de amparo que vai além do dinheiro.

Destacando ser uma estratégia de integrar e atingir o público que não se encaixa, seja por qual for o motivo, no que chama de “prosperidade do Estado”, Riedel revela que a situação de famílias que possuem pessoas com deficiência foi previamente analisada para formatar o programa.

“Famílias com uma pessoa que precisa ficar em casa para cuidar de outra, e não tem como buscar uma oportunidade. A gente avaliou a necessidade de identificar e fazer esse aporte de R$ 900, mas com todo o acompanhamento possível. E Hoje a gente sabe que a pessoa em casa é muito melhor atendida”, disse Riedel.

Conforme repassado pelo governador em coletiva, pelo menos duas mil famílias que estão cadastradas no CadÚnico já estão na mira da Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos (Sead), e que, conforme a titular da pasta, as visitas às residências já começam a partir desta quinta-feira (05).

Presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), e prefeito de Nioaque, Valdir Jr. revela conversa com Eduardo Riedel, onde expôs casos em que defensoria e ministério públicos ajuízam ações contra o município para assistência à determinadas famílias.

“Para a gente poder atender e acabamos não tendo aquela legalidade de colocar alguém ali em conjunto. Lançando isso, além de dar esse alívio, vai dar aquela legalidade para gente poder formatar essa burocracia e colocar ali uma pessoa para poder estar junto acompanhando”, citou Valdir.

Riedel frisa que, além de melhorar as estruturas familiares que atendem essas pessoas com deficiência, não há conflito entre quem passará a receber pelo Programa e já beneficiários da chamada Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC -Loas), favorecendo também os municípios.

“Porque você diminui as judicializações e toda sensibilidade que tem em torno dessas situações. Não conflita [com benefício do Loas], são coisas distintas. Você já tem a pessoa com esse benefício, e será o cuidador quem irá receber esse programa do Governo”, esclarece o governador.

Como participar

Como bem aponta a secretária Patrícia Cozzolino, existem duas formas de acesso ao “cuidar de quem cuida”, sendo primordial estar com o CadÚnico atualizado, o que pode ser feito através dos Centros de Referência e Assistência Social (CRAS);

“Já temos o endereço dessas duas mil pessoas que estão registradas no CadÚnico, eles serão procurados pelos técnicos da Sead. Mas também há a possibilidade de fazer o cadastramento através do site: sead.ms.gov.br“, destacou Cozzolino.

Segundo a secretária em coletiva, enquadram-se no programa “Cuidar de quem Cuida” pessoas na faixa de baixa renda, extrema pobreza, que a família viva com renda per capita abaixo de R$ 209.

“Quando as pessoas são inclusas no CadÚnico é por autodeclaração. A equipe da Sead está suficientemente capacitada para não precisar do laudo, mas com a visitação periódica fazer essa análise”, complementou a titular da Sead.

Informações da Sead explicam que o grau de dependência nível 2 se aplica para pessoas com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária, tais como: alimentação, mobilidade, higiene.

Enquanto esse grau abrange pessoas sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada, o nível 3 cobre pessoas com deficiência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado ou com comprometimento cognitivo.

Ela comenta também a participação multiprofissional no acompanhamento a essas famílias, que vão desde terapeutas ocupacionais, até psicólogos para atender aos próprios cuidadores.

“Cuidadoras que em regra são mulheres, mães que não desistem dos seus filhos, avós que não desistem dos seus netos, mas que estão exaustas, em desespero… e verdadeiramente até hoje, como política estatal, não tinham ninguém por elas”, salienta a secretária.

Ela destaca que as visitas já devem começar amanhã e que, quando já estiver em funcionamento, o mapeamento da Sead permitirá apontar até mesmo municípios que participam ativamente do programa, fornecendo fraldas, por exemplo, e aqueles que não estão contribuindo,

Patrícia finaliza salientando que essa assistência inicial não deixará de chegar às famílias. “Não vão passar fome, a segurança alimentar está garantida”, conclui.

 

Fonte: Correio do Estado 

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