Nos últimos anos, o ecoturismo se consolidou como um dos principais motores do turismo no Brasil. De acordo com uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o segmento atraiu quase 19 milhões de turistas estrangeiros entre 2018 e 2020, dos quais 18,6% escolheram o Brasil como destino por sua rica oferta de turismo de natureza, ecoturismo e aventura.
O estudo, que envolveu 3.192 empresários do setor, revela que 65,9% das empresas de turismo no Brasil atuam com o ecoturismo, sendo que esse segmento representa 59,3% do faturamento dessas organizações.
O Brasil, líder mundial em biodiversidade, destaca-se como o principal destino de ecoturismo no mundo, alcançando a primeira posição em uma lista de 50 países avaliados com 94,9 pontos.
O crescimento do mercado global de ecoturismo também é notável: em 2023, o setor alcançou um valor de US$ 181,1 bilhões e projeta-se que crescerá para US$ 331,62 bilhões até 2027, com uma taxa de crescimento anual de 13,4%.
A relevância do ecoturismo varia entre os estados brasileiros, com o Mato Grosso do Sul despontando como um dos líderes. No Estado, 83% das empresas atuam no segmento, que responde por 70,8% do faturamento dessas organizações.
Outro dado relevante é o compromisso dos empresários com a atividade: 85,9% dos entrevistados em Mato Grosso atuam com ecoturismo, seguidos pelo Maranhão (83,9%) e Goiás (81%).
Para a diretora do Sebrae em Mato Grosso do Sul, Sandra Amarilha, os empreendedores do setor estão lutando para liderar esse ranking.
“Temos potencial de expansão. A inclusão da comunidade local engajada em um turismo sustentável tem feito a diferença. Temos chances enormes de acertos”.
Dentre os pontos críticos para mudar o cenário estão parcerias estratégicas, normas técnicas, comercialização profissional e gestão ambiental. O Sebrae tem fomentado e capacitado novos empreendedores no Estado, como a rota “Serra e Charme Paxixi”, no distrito de Camisão, em Aquidauana.
Um exemplo de novas oportunidades se abriu com a Aecopaxi (Associação dos Empreendimentos do Corredor Turístico do Paxixi), consolidada no último ano. A representante do grupo, Miriam Aveiro está empolgada com as possibilidades de explorar a cidade para além do mirante no morro que é o cartão postal.
“Queremos o ecoturismo de proximidade acessível, que os moradores da Capital consigam no, fim de semana, com um tanque de combustível cheio e dinheiro para passarem o dia e consigam usufruir dessas maravilhas da natureza que temos”, afirmou. A rota ainda está em fase de implantação e já tem mostrado bons resultados.
A pesquisa também destacou os principais desafios enfrentados pelo setor, como a necessidade de envolver e qualificar a comunidade local, gerir impactos ambientais, e estabelecer parcerias para comercialização e promoção do ecoturismo. As operadoras de viagem são as mais envolvidas com o ecoturismo, com 91,2% das empresas atuando no segmento e 75,5% do faturamento proveniente dessa atividade.
Esses dados reforçam a importância do ecoturismo para a economia brasileira e demonstram o seu potencial para consolidar o Brasil como um destino de referência mundial.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS