Mato Grosso do Sul tem registrado avanços significativos na cobertura vacinal de crianças em 2024, superando os índices de 2023 em 11 dos 16 imunizantes recomendados para aplicação até os dois anos de idade, conforme dados da RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde) do Ministério da Saúde. O crescimento nas taxas de vacinação reflete uma recuperação importante na adesão às vacinas, um aspecto essencial para o controle das doenças imunopreveníveis.
O destaque vai para a vacina contra a meningite C, que atingiu uma cobertura de 101,47%, um aumento expressivo em comparação aos 93,03% alcançados no ano passado. Este crescimento reflete a efetividade das políticas de imunização no estado, que tem se mostrado alinhadas às metas nacionais.
Outras vacinas também tiveram um desempenho positivo. A cobertura da vacina DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, subiu de 81,86% para 83,84%. A vacina contra a febre amarela, essencial para prevenir surtos em áreas de risco, apresentou um aumento de 79,05% para 82,99%. A imunização contra a poliomielite, crucial para a erradicação da doença no país, avançou de 82,82% para 87,32%. Já a vacina Pneumo 10, que protege contra infecções pneumocócicas, passou de 86,86% para 88,86%.
Segundo Eder Gatti, diretor do DPNI (Departamento do Programa Nacional de Imunizações), o aumento da cobertura vacinal no estado é resultado direto de iniciativas como o Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no início de 2023. Este programa incluiu estratégias como o microplanejamento, que adapta as ações de vacinação às necessidades específicas de cada localidade.
“Estamos conseguindo recuperar a confiança nas vacinas e resgatar essa cultura no país”, afirmou Gatti, ressaltando a importância da mobilização social e das campanhas de conscientização, comentou o diretor.
O impacto dessas medidas não se restringe a Mato Grosso do Sul. Em nível nacional, o Ministério da Saúde aumento nas coberturas vacinais de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil do PNI (Programa Nacional de Imunizações) em comparação a 2022. Esse crescimento reverte uma tendência preocupante de queda nos índices de vacinação que o Brasil enfrentava desde 2016. A melhoria nos índices de cobertura vacinal também teve repercussão internacional, com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Unicef retirando o Brasil da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas, uma posição que o país ocupava até recentemente.
O fortalecimento das campanhas de vacinação foi acompanhado por um aumento nos investimentos federais. Em 2023, foram destinados mais de R$ 6,5 bilhões para apoiar estados e municípios na compra de imunizantes. Para 2024, o orçamento para essa finalidade foi elevado para R$ 10,9 bilhões. Além disso, o Ministério da Saúde investe anualmente R$ 150 milhões para apoiar ações de imunização que incluem microplanejamento e comunicação regionalizada, estratégias que têm se mostrado eficazes para aumentar a adesão às vacinas.
O Brasil oferece atualmente mais de 40 tipos de imunobiológicos através do SUS (Sistema Único de Saúde), com o Calendário Nacional de Vacinação contemplando 20 vacinas que beneficiam não só crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
Abaixo, seguem as doses recomendadas até os 10 anos de idade:
Recém-nascidos
- BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) – dose única: Protege contra a tuberculose.
- Hepatite B – primeira dose: Protege contra a hepatite B.]
2 meses
- Penta (DTP+ Hib+ Hepatite B): 1ª dose, protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B.
- VIP (Vacina Inativada Poliomielite 1, 2 e 3): 1ª dose, protege contra a poliomielite.
- Pneumocócica 10-valente: 1ª dose, protege contra doenças causadas pelo pneumococo.
- Rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) – (VRH): 1ª dose, protege contra diarreia por rotavírus (gastroenterites).
3 meses
- Meningocócica C (Conjugada): 1ª dose, protege contra pneumonias, meningites, otites e sinusites pelos sorotipos da vacina.
4 meses
- Penta: 2ª dose.
- VIP: 2ª dose.
- Pneumocócica 10-valente: 2ª dose.
- Rotavírus: 2ª dose.
5 meses
- Meningocócica C (conjugada): 2ª dose.
6 meses
- Penta: 3ª dose.
- VIP: 3ª dose.
- Vacina COVID-19: 1ª dose, protege contra a COVID-19 causada pelo SARS-CoV-2.
Obs: A vacina COVID-19 é recomendada em um esquema de duas doses aos 6 e 7 meses de idade, respeitando um intervalo mínimo de 4 semanas. Caso o esquema primário não seja iniciado ou completado até os 7 meses, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme o histórico vacinal. Para indivíduos imunocomprometidos, o esquema vacinal é de três doses (aos 6, 7 e 9 meses).
7 meses
- Vacina COVID-19: 2ª dose.
9 meses
- Vacina Febre Amarela (atenuada): Uma dose, protege contra a febre amarela.
12 meses
- Pneumocócica 10-valente (Conjugada): Reforço.
- Meningocócica C (conjugada): Reforço.
- Tríplice Viral (Sarampo, Caxumba, Rubéola): 1ª dose, protege contra sarampo, caxumba e rubéola.
15 meses
- Vacina DTP (difteria, tétano e pertussis): Primeira dose de reforço.
- VOPb (Poliomielite 1 e 3, atenuada): Primeira dose de reforço.
- Vacina hepatite A (inativada): Uma dose.
- Vacina Tetra viral: Uma dose, protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
4 anos
- Vacina DTP (difteria, tétano e pertussis): 2º reforço.
- Vacina Febre Amarela (atenuada): Reforço.
- VOPb (Poliomielite 1 e 3, atenuada): 2º reforço.
- Vacina varicela (monovalente): Uma dose, protege contra varicela.
5 anos
- Vacina Febre Amarela (atenuada): Uma dose, caso a criança não tenha recebido as duas doses recomendadas antes dos 5 anos.
- Vacina pneumocócica 23-valente (Pneumo 23): Uma dose, protege contra infecções invasivas pelo pneumococo, indicada para a população indígena
9 e 10 anos
Vacina HPV (Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18, recombinante): Dose única, protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do Papilomavírus Humano.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS