Há cerca de uma semana, o ar de Mato Grosso do Sul é classificado com insalubre em meio à seca extrema e fumaça decorrentes de queimadas. Em atualização desta quinta-feira (12), monitoramento do IQair aponta para uma piora do ar no estado, passando de “insalubre” para “muito insalubre”. No caso, a condição se aplica à região oeste e parte da região sul de MS.
No mapa, é possível ver que as áreas destacadas em vermelho são as classificadas como “insalubre”, algo que predomina em quase todo o território sul-mato-grossense e locais fronteiriços. Enquanto isso, há, ainda, a área destacada em roxo, onde o ar se classifica como “muito insalubre”.
Confira na imagem:
Bolívia em emergência nacional
A situação do ar piorou na região de Corumbá por causa da Bolívia, que atravessa uma crise climática devido aos incêndios florestais, o que levou o governo a declarar “emergência nacional” pelos efeitos negativos na qualidade do ar, um problema que se estende a outros países da região, como Brasil e Paraguai.
O Laboratório de Física Atmosférica da UMSA (Universidad Mayor de San Andrés), em La Paz, alertou que os incêndios estão gerando uma “catástrofe ambiental” com graves impactos na fauna, flora e na saúde da população.
De acordo com o relatório da UMSA, a fumaça acumulada na atmosfera pode inibir a chegada das chuvas, criando um “círculo vicioso” que prolonga as condições de baixa qualidade do ar. As queimadas, concentradas no leste do país, já afetaram mais de 4 milhões de hectares, segundo fundações privadas, como a Tierra. No entanto, o governo estima o total em cerca de 3,8 milhões de hectares.
Nos últimos dias, cidades como Santa Cruz, Cochabamba, La Paz e Cobija foram cobertas por uma densa camada de fumaça, levando as autoridades a alertar sobre os efeitos prejudiciais à saúde pública.
Clima pior que o do Saara
Nas últimas semanas, Mato Grosso do Sul tem encarado condições climáticas mais críticas que as do deserto do Saara. Com as altíssimas temperaturas, a umidade relativa do ar bem abaixo do indicado e uma fumaça densa totalmente prejudicial à saúde encobrindo as cidades, respirar se tornou uma tarefa quase impossível.
A título de comparação, a população sul-mato-grossense enfrenta condições piores que a do Saara. Nas últimas semanas, o deserto do Saara registrou índices de umidade acima de 36%, segundo informações do MetSul, enquanto alguns locais de MS registou umidade do ar de 7%.
Quando chove?
Em meio à baixa umidade do ar, onda de calor e ar poluído pela fumaça dos incêndios florestais, uma pergunta prevalece: quando chove em Mato Grosso do Sul? Conforme a previsão dos principais órgãos de meteorologia, estima-se que, ao longo do mês, possam ocorrer chuvas significativas, mas apenas no sul do Estado.
Enquanto isso, quando pensamos em chuva a curto prazo, o Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de MS) aponta a probabilidade de chuva no fim de semana. Entretanto, o órgão não estabelece previsão exata ou precipitação esperada.
Conforme divulgado, haverá mudanças no tempo devido ao avanço de uma frente fria aliado ao intenso transporte de calor e umidade, juntamente com a atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica no Paraguai.
Esses sistemas meteorológicos deverão favorecer aumento de nebulosidade, probabilidade para chuvas e queda nas temperaturas, com destaque para as regiões sul, sudeste, central, sudoeste e oeste do Estado.
A partir de quinta-feira (12), a previsão indica tempo firme com sol, porém com o aumento de nebulosidade, principalmente na metade sul e oeste do Estado. Em relação às temperaturas, são previstas mínimas entre 21-24°C e máximas entre 34-39°C para as regiões sul, sudeste, bolsão e leste. Ou seja, o calorão ainda prevalecerá, mas talvez a onda de calor vá embora.
Nas regiões pantaneira, sudoeste e norte esperam-se mínimas entre 22-27°C e máximas entre 35-40°C. Em Campo Grande, mínimas entre 23-25°C e máximas entre 35-37°C.
Recordes de baixa umidade
Neste mês de setembro, um dos mais secos e quentes do ano, quatro cidades de Mato Grosso do Sul bateram recorde com as menores umidades relativas do ar, com a mínima de 7%, informou o Inmet, em balanço divulgado nesta semana.
Conforme os dados, o recorde de 7% foi registrado em Coxim, Paranaíba, Sonora e Três Lagoas, em diferentes datas desses primeiros dez dias do mês.
Na sequência desses locais, também houve umidades do ar extremamente baixas em outros municípios, a exemplo de Água Clara, Costa Rica e Porto Murtinho, com 8%. Na lista, Campo Grande aparece em um cenário menos pior, com recorde de 10% registrado nesses primeiros dias de setembro.
Fonte: Jornal Midiamax