O raríssimo C/2023 A3 (Tsuchinshan–ATLAS), conhecido como “Cometa do Século”, continua em passagem e visível a olho nu na Terra. Durante o amanhecer deste domingo (22), o espetáculo astronômico deve ter mais um marco pela aproximação ao Sol.
O astrônomo do Observatório Nacional, Dr. Filipe Monteiro, explica que a máxima aproximação do cometa com a Terra acontece no dia 13 de outubro, pois estará a uma distância de 0,472764 Unidades Astronômicas, ou 70.724.459 quilômetros.
“Desde agosto até a última semana de setembro, o cometa ficará ofuscado pelo brilho do Sol, pois está muito aparentemente muito próximo do Sol, dificultando a sua observação. A partir da última semana de setembro, por volta do dia 22, o cometa poderá ser visto no céu ao amanhecer. No entanto, ele voltará a ficar muito próximo do Sol entre os dias 7 e 11 de outubro. Em seguida, ele se afastará novamente e, a partir de então, o cometa poderá ser visto logo após o pôr do sol”.
Já o seu periélio, que é a maior aproximação ao Sol, ocorrerá em 27 de setembro de 2024, a uma distância de 0,391 UA. Vale lembrar que não é possível afirmar com precisão se o cometa poderá ser visto a olho nu. Afinal, a intensidade do brilho desses objetos podem ser imprevisíveis. Por isso, é possível que haja a necessidade de fazer uso de outros instrumentos, tais como binóculos e telescópios.
“Os observadores deverão olhar para o horizonte oeste, na mesma direção do pôr do sol, para ver o cometa. O cometa está visível um pouco antes do amanhecer no final de setembro e logo após o pôr do Sol, quando transitará pelas constelações de Virgem (em setembro), Serpente e Ofiúco (outubro). A maior dificuldade será encontrar um lugar com o horizonte oeste livre, visto que o cometa está muito baixo no céu, numa altura de até 30 graus”, destacou o astrônomo.
Cometa
O cometa C/2023 A3 foi descoberto em janeiro de 2023 pelo Observatório Chinês de Tsuchinshan e, posteriormente, confirmado pelo sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System) em fevereiro do mesmo ano. Sua órbita retrógrada e parabólica, que o faz se mover na direção oposta à maioria dos corpos celestes do sistema solar, o levará a uma distância mínima de 0,39 unidades astronômicas (UA) do Sol em 28 de setembro de 2024. Já a maior aproximação à Terra ocorrerá em 12 de outubro de 2024, a uma distância de 70,7 milhões de quilômetros.
Fumaça e chuva podem atrapalhar
Entretanto, as fumaças das queimadas que cobrem Mato Grosso do Sul podem atrapalhar a observação do fenômeno raro e especial. Todo o Estado permanece coberto da intensidade causada pelas queimadas.
O meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Vinicius Sperling, explica que não é possível estipular o dia para o fim da cortina de fumaça, pois, mesmo com as mudanças dos ventos, há um corredor de fumaça carregada de outras regiões, por exemplo, da Amazônia, do Paraguai e de estados vizinhos.
Já a partir de sábado (21), uma frente fria se aproxima, causando leve queda nas temperaturas e possibilidade de chuvas. Há um alerta de tempestade vigente para Mato Grosso do Sul. Conforme o Inmet, podem ocorrer tempestades em municípios da região sul e central do Estado.
Conforme o Cemtec, há probabilidade para ocorrência de chuva e tempestades acompanhadas de raios e rajadas de vento, principalmente na metade sul e na região oeste devido ao avanço de uma frente fria oceânica aliada ao deslocamento de cavados em vários níveis da atmosfera além do transporte de calor e umidade.
Fonte: Jornal Midiamax