De acordo com a jovem, começaram as agressões verbais, que culminaram na física, no último fim de semana
Na manhã desta quinta-feira (20), o médico de Rio Verde, Said Yoshimura de Brito, de 41 anos, enviou um áudio em reposta a solicitação do Edição MS negando que namorava Lilian Caroline Nogueira Machado, de 22 anos, assim como as agressões atribuídas a ele. “Nem encostei nela, não namoro com essa guria”, disse.
O médico também acusou a jovem de extorsão. “Tem um monte de mensagens aqui, falando que ela quer dinheiro, se não ia na delegacia pra fazer isso”, contou Said, se referindo ao boletim de ocorrência registrado por Lilian na segunda-feira (17), em decorrência de agressões sofridas no final de semana em Rio Verde.
As agressões sofridas pela jovem, que é funcionária pública municipal, ganharam repercussão depois que ela fez uma postagem em seu Facebook, com fotos dos hematomas e laudo médico que comprovam as lesões citadas no boletim de ocorrência. Lilian atribui as agressões a Said, com quem mantinha uma relação há quatro meses.
O Edição MS pediu prints da suposta extorsão citada pelo médico, mas, até o fechamento da reportagem ele não tinha encaminhado. Nossa reportagem conversou com a jovem, logo em seguida, que disparou em áudio pelo whatsapp: “Eu nunca me deitei na cama dele por dinheiro. Sempre foi por amor”.
Segundo Lilian, embora o médico não tivesse coragem de assumir o relacionamento publicamente, ela praticamente morava na casa dele. A jovem contou que inclusive ajudava nas contas da residência, com o pagamento da internet. Lilian narrou ainda que o dinheiro que pegava das mãos do então namorado era para fazer as correrias do cotidiano, como comprar marmitas.
Ela conta que o namoro aconteceu dentro da normalidade por um mês, depois disso Said propôs a participação de outra mulher no relacionamento e contratou uma jovem de Coxim por R$ 2 mil ao mês. “Eu nunca tinha vivido experiência semelhante, mas ele me incentivou a usar drogas, coisa que eu também nunca tinha feito, para me sentir a vontade”, contou Lilian.
Foi aí que a relação começou a desandar. De acordo com a jovem, começaram as agressões verbais, que culminaram na física, no último fim de semana. De repente, ela relata que passava de namorada a puta e garota de programa na boca do médico e disse que chegou a questionar, se era tudo isso porque não recebia um pagamento para ficar com o médico, como a colega que ia ganhar R$ 6 mil em três meses.
Para Lilian, nada que Said faça ou fale vai mudar o fato dela ter sido agredida de todas as formas por um médico, com quem planejava dividir a vida, casar e ter filhos. “Sou mulher, fui agredida, estou machucada, ferida. Sai chutada, arrastada da casa dele”, salientou a jovem.
O caso foi registrado como lesão corporal dolosa, quando há intenção, e é investigado pela Polícia Civil de Rio Verde. Em diligências policiais fizeram buscas na casa de Said, onde localizaram um revólver e drogas para consumo pessoal. O médico chegou a ser preso pela posse de arma de fogo, porém, pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado no mesmo dia. Ele deve responder aos processos em liberdade.