PF descobre cocaína em mulheres após cinta trocada de última hora ativar raio-x

Foto: Flagrante foi no Aeroporto Internacional de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

Moradoras no Paraná, três mulheres tentaram repetir em 11 de novembro do ano passado uma “receita” que já havia dado certo: com cocaína amarrada ao corpo tentariam embarcar do Aeroporto Internacional de Campo Grande para Vitória, capital do Espírito Santo, e lucrar R$ 3 mil reais cada.

Mas, desta vez, o clipe da cinta que prendia a droga, roupa comprada às pressas, literalmente aos “45 do segundo tempo”, disparou o pórtico no embarque. Todo esquema ruiu, elas foram presas e condenadas. Mas o episódio mostra os pormenores da vida dos mulas, a menor e mais exposta peça da engrenagem do tráfico de cocaína, que faz a fortuna de “barões do pó” mundo afora.

Naquela quinta-feira, agente da Polícia Federal relatou que foi acionado pelos funcionários do pórtico no aeroporto durante o plantão. Uma das passageiras teve o pórtico acionado e o procedimento padrão é realizar a inspeção detalhada com o raio-x manual.

Andressa Cezário disse não estar com os documentos de identificação, esclarecendo que eles estavam com suas amigas. As duas foram localizadas e também levadas para a fiscalização. A vistoria foi realizada na superintendência da Polícia Federal, devido à exigência de que o procedimento fosse realizado por policial feminina. Restou contatado que as três tinham cintas com as drogas presas ao corpo. Cerca de três quilos de cocaína com cada uma.

Segundo Nataly de Souza, as três somente foram alcançadas porque deu um problema na cinta de Andressa por afrouxamento. Ela teve que comprar uma nova cinta de última hora, “daí que esta cinta nova tinha um clipe de metal, o que justificou que este tenha sido o motivo da detecção”.

Na fase de interrogatório na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, as três pontuaram ser “meras mulas” do tráfico. Andressa contou que foi a única a utilizar a cinta nova. “A ideia de trocar a cinta veio das próprias meninas, pois creram que não estava adequada a modelagem pelo corpo, já que Andressa se vestia em trajes masculinos”.

A droga foi entregue em Puerto Quijarro, fronteira da Bolívia com Corumbá. Elas não revelaram nomes dos contratantes. A oferta de traficar droga partiu de frequentador da boate em que Nataly trabalha e ela estendeu a proposta para as outras duas presas. A Justiça andou rápido para as três mulas: foram 81 dias entre o flagrante e a sentença.

Nataly foi condenada a seis anos e nove meses. Beatriz e Andressa Souza foram sentenciadas a cinco anos e oito meses. As três vão iniciar o cumprimento da pena em regime semiaberto. Mas podem recorrer em liberdade.

 

– CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

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