Nos últimos cinco anos, o salário mínimo no Brasil acumulou reajuste de 26,3%. Em contrapartida, a conta de energia elétrica em Campo Grande já acumula 38,06% de reajuste no mesmo período e pode aumentar mais 16% nos próximos dias, chegando a 54% de reajuste em cinco anos.
Em Campo Grande, a expectativa de um reajuste em dois dígitos causa indignação. “É um absurdo. O salário não sobe desse jeito e a energia cada mês é mais cara. Desse jeito, vamos ficar sem luz”, reclama a dona de casa Maria Souza.
Na casa dela, no jardim Itamaracá, vivem apenas ela e o marido, com poucos eletrodomésticos: a televisão fica desligada a maior parte do tempo; a máquina de lavar, usada apenas uma vez por semana; e o ventilador é o que fica ligado para aguentar o calor. Mesmo assim, o valor segue aumentando todos os meses.
Reajuste do salário mínimo Reajuste da energia
2022 – 10,0% 2022 – 16% previsto
2021 – 5,26% 2021 – 8,9%
2020 – 0,58% 2020 – 6,9%
2020 – 4,11%
2019 – 4,61% 2019 – 12,39%
2018 – 1,81% 2018 – 9,87%
Novo reajuste já está na porta
A primeira reunião para debater o aumento na conta de energia pedido pela Energisa em Mato Grosso do Sul será realizada nesta terça-feira (5), em Brasília. Segundo o Concen-MS (Conselho de Consumidores das Áreas de Concessão da Energisa em MS), o reajuste não deve ser menor que 16%, já que a atualização segue o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que teve inflação acumulada nesse patamar. Se aprovado, o aumento deve vigorar a partir de 8 de abril.
Para o Concen, pouco pode ser feito para evitar o reajuste, já que o contrato firmado com a Energisa tem como premissa dos reajustes o acumulado do IGP-M. No mês de março, Rosimeire Costa, presidente do Concen, teve reunião virtual com a assessoria da diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para tratar do empréstimo setorial que deve mitigar os efeitos do RTA (Reajuste Tarifário Anual) de abril.
Fonte: Midiamax