O fotógrafo Victor Ramalho deixou os seguidores de uma rede social encantados ao compartilhar um registro do céu noturno, onde é possível ver a Via Láctea. A foto foi realizada na fazenda San Francisco, em Miranda (MS), no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Para a reportagem, o fotógrafo revelou os bastidores da imagem.
Victor conta que estava na companhia de dois colegas e que, juntos, eles combinaram de fazer fotos do céu. Ao todo, a sessão fotográfica sob a luz do luar durou quase 1h. “Umas 22h a gente foi para um local afastado das luzes e ficamos uns 40 minutos tirando as fotos”, detalha.
“Utilizei longa exposição, obturador de 30 segundos, e dá esse resultado. Não é só chegar e tirar a foto, você tem que fazer um foco manual. Fazer fotos da Via Láctea é uma das mais difíceis para um fotógrafo, requer muita dedicação e paciência”, explica Ramalho.
O pesquisador e mestrando em Ensino de Astronomia, Renan Aryel, aponta que os locais ideais para tirar esse tipo de foto são locais escuros e afastados de centros urbanos.
“Se você se afastar dos limites de Campo Grande, uns 10 km, por exemplo, é possível observar uma faixa leitosa indo de ponta a ponta no céu. Essa região é chamada de Via Láctea. Para não causar confusão, Via Láctea é o nome da faixa leitosa que vemos no céu, mas também é o nome que se dá para a galáxia em que vivemos”, pontua Aryel.
O pesquisador explica que a olho nu é impossível ver a Via Láctea com a mesma qualidade de detalhes e cores que a foto traz. “A olho nu ela tem o aspecto esbranquiçado, mas com técnicas de fotografia e tempo de exposição é possível captar as cores dela, daí se obtém uma imagem com mais cores”, completa.
Para Victor, que mora na região pantaneira, vivenciar momentos como esses é inexplicável. “Fiquei encantado, vi que estou evoluindo cada vez mais, descobrindo um dom”, finaliza.
Fonte: G1 MS