Liderança do PCC que chefiava ‘Sintonia dos Gravatas’ em MS estava em plano de resgate

Foto: Imagem ilustrativa - (Foto: Henrique Arakaki/Arquivo Midiamax)

Esdras Augusto do Nascimento Júnior, que já esteve preso em Campo Grande no Presídio de Segurança Máxima da Gameleira, a ‘Supermáxima’, seria uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) a serem resgatadas. O plano de resgate foi descoberto e desencadeou operação da Polícia Federal que prendeu uma advogada em Mato Grosso do Sul.

Atualmente, Esdras estava detido em um presídio federal. Quando preso em Campo Grande, ele era atendido pela advogada Inaiza Herradon, um dos alvos da Operação Sintonia dos Gravatas, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Esdras chegou a ser apontado como ‘chefe’ da organização criminosa que contava com advogados para repasse de informações fora dos presídios.

Conforme a coluna de Josmar Jozino, da UOL, Esdras seria uma das lideranças alvo do plano de resgate, além de Edmar dos Santos e Reinaldo Teixeira dos Santos. Quando preso em Campo Grande, Esdras estaria inclusive planejando a morte de juízes e promotores, o que foi relatado no âmbito da Operação Sintonia dos Gravatas.

Esdras teria se aproximado de Marcola, Marcos Willians Herbas Camacho, quando cumpriu pena no Presídio Federal de Brasília, antes de ser transferido para Campo Grande. Aqui, passou a ser encarregado de transmitir as ordens e informações aos ‘gravatas’.

Advogada presa em operação contra resgate de lideranças do PCC

A advogada, que não teve o nome revelado, foi presa na manhã desta quarta-feira (10) em Três Lagoas, a 323 quilômetros de Campo Grande, na Operação Anjos da Guarda, da Polícia Federal. Foram três mandados cumpridos em Campo Grande e em Três Lagoas.

Segundo as investigações da PF, a facção PCC planejava até sequestrar autoridades para negociar soltura de lideranças. A advogada foi presa em Três Lagoas e outro mandado de busca e apreensão foi cumprido na cidade. Em Campo Grande, um mandado de busca e apreensão foi cumprido contra membro da facção criminosa.

Cerca de 80 policiais federais cumpriram 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão, em Mato Grosso do Sul, Rondônia e no Distrito Federal. A casa de Cynthia Giglolli Herbas Camacho e Camila Gigiolli da Silva, esposa e cunhada de Marcola, foi alvo de mandados em Alphaville, na Grande São Paulo.

Na região de Presidente Prudente (SP), as irmãs e advogadas Juliana de Araújo Alonso Mirandola e Simone Alonso também foram presas. Elas foram condenadas em 2017 sob acusação de integrarem a célula conhecida como Sintonia dos Gravatas.

Plano de resgate

Foi descoberto plano de resgate de líderes do PCC, encarcerados nas penitenciárias federais de Brasília e Porto Velho. Entre os presos beneficiados com o plano de resgate está Marcola, apontado como líder do PCC, que foi transferido de Brasília para a capital de Rondônia em março deste ano.

O plano contava com uma rede de comunicação estabelecida entre advogados para transmitir tanto as cobranças dos custodiados quanto os retornos das mensagens dos criminosos envolvidos no resgate. Os investigados aproveitavam os atendimentos e as visitas em parlatório, usando códigos para a comunicação.

Ainda segundo a investigação, quatro advogados ligados ao PCC acabaram presos. Além do provável resgate dos presos, a organização criminosa pretendia sequestrar autoridades para conseguir a soltura de criminosos, dentre outras ações.

Sintonia dos Gravatas

Ao menos 15 advogados foram identificados durante as investigações do Gaeco sobre o núcleo ‘Sintonia dos Gravatas’, do PCC, que terminou com denúncia contra 8 pessoas. Parte dos advogados, com mandados de prisão e busca e apreensão, foram alvos da Operação Courrier.

Conforme o relatório do Gaeco, os advogados são suspeitos de integrarem a facção criminosa, repassando recados entre os membros que estão presos. Entre eles, um advogado seria do estado de São Paulo e atua na defesa de Marcola.

Entre os investigados também estão dois servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, um deles preso na operação e outro exonerado do cargo, além de dois policiais penais, um também preso.

Já entre os integrantes da facção que estão presos, foram apontados 5 como lideranças do PCC, que mantinham contato direto com os advogados investigados. A operação cumpriu 38 mandados, entre os de busca e apreensão e os de prisão.

 

Fonte: Jornal Midiamax

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