O Brasil celebra o Dia do Solteiro, nesta segunda-feira (15). No mundo animal, algumas espécies estão acostumadas a viver sozinhas. Entre elas, as onças-pintadas. Com uma vida média de 15 anos, os machos estão mais habituados a passarem o tempo solitários.
Por outro lado, as fêmeas passam boa parte da vida ou junto com os filhotes, ou grávidas. O biólogo e guia da Organização Não Governamental (ONG) Onçafari, Bruno Sartori Reis, comenta que os hábitos das onças-pintadas mudam conforme o ambiente em que elas vivem.
“O comportamento dela na vida vai muito de acordo com o ambiente. Uma fêmea quando tem o filhote, ele vai acompanhá-la por um ano e meio. Nesse tempo todo ela vai desde ser uma mãezona com os filhotinhos na toca, tendo que cuidar, até começar a levar esses filhotes para explorar e a treinar a caçar”, explica o biólogo.
Já os hábitos dos machos são diferentes. “Ele vai passar a maior parte da vida dele patrulhando o território em busca de alimentos e fêmeas para copular e manter a genética, perdurando no ambiente”, cita Bruno Sartori Reis.
Apesar de ter um dia a dia mais solitário, as onças-pintadas são sociáveis, pontua o biólogo. “Em questão territorial, a gente vê uma sobreposição das áreas territoriais de cada uma. Em carcaças, principalmente em áreas que não têm abundância de recursos, a gente vê elas se tolerando em carcaças, elas quase dividindo a comida. Mas, elas são sim majoritariamente solitárias a maior parte da vida”, frisa.
Conforme o biólogo, as onças-pintadas vivem em torno de 14 a 17 anos na natureza. “Claro que há brigas naturais, que vão acontecendo. Com o tempo ela também vai perdendo os caninos, então vai ficando mais difícil de caçar. Com issovários outros fatores vai ficando mais difícil para ela conseguir se manter viva na natureza”, detalha Bruno.
Infanticídio
O infanticídio é uma prática que ocorre entre os felinos e é praticado pelo machos. Eles matam filhotes que não são deles, ou seja, ao cruzar com um filhote de outro indivíduo da mesma espécie, a onça-pintada macho preda este animal.
É responsabilidade da fêmea manter a segurança do filhote. Por esta razão, é comum comportamentos como a fêmea esconder o filhote para sair para caçar. O infanticídio é uma das causas para que nem todos os filhotes nascidos de uma única gestação consigam sobreviver.
“Então é responsabilidade da mãe manter esses indivíduos viáveis, quanto mais filhotes, mais difícil manter”, detalha o médico veterinário do Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e especialista em onças-pintadas, Diego Viana.
Conforme o especialista, toda onça-pintada consegue reconhecer o próprio filhote. “Eles conseguem identificar pelo cheiro, por vocalização, por mais que o barulho que elas façam sejam muito semelhantes, a frequência com certeza é diferente e eles conseguem fazer essa diferenciação”, pontua.