Mato Grosso do Sul tem seis construções históricas tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Jardim. O processo de tombamento é um instrumento federal utilizado para proteger o patrimônio histórico, garantindo a preservação dos bens de interesse cultural para o país.
Na cidade mais antiga de Mato Grosso do Sul estão quatro construções históricas tombadas, bem como o primeiro bem a receber a proteção do Iphan. O Forte Coimbra, localizado em Corumbá, na margem direita do rio Paraguai, começou a ser construído em 1797, foi utilizado durante a Guerra da Tríplice Aliança e reconstruído pelo Exército Brasileiro a partir de 1868.
Palco de parte da história de Mato Grosso do Sul e do Brasil, a estrutura foi tombada em outubro de 1974 pelo Iphan por sua estrutura física e também pelo valor paisagístico na região Pantaneira. O espaço é marcado ainda pela devoção à Nossa Senhora do Carmo, padroeira da fortificação com data celebrada em 16 de julho.
Durante a guerra da Tríplice Aliança os paraguaios chegaram a tomar o Forte Coimbra e após a expulsão das tropas inimigas foi construído o Forte Junqueira para reforçar a segurança, em posição estratégica. O prédio faz parte de um conjunto de fortificações espalhadas pelo Brasil e foi tombado pelo Iphan em 2014.
Patrimônio que ressalta a beleza pantaneira
Do rio Paraguai é possível avistar um conjunto de 119 imóveis de arquitetura eclética facadista dividida entre parte alta e baixa, com espaçosas ruas paralelas e perpendiculares ao rio. A região foi o centro comercial de Corumbá em meados de 1870 e o tombamento da área aconteceu em 1993 considerando seu valor histórico, paisagístico e arquitetônico.
Do visual panorâmico da cidade alta para o marco da arquitetura e da engenharia moderna brasileira. A ponte Eurico Gaspar Dutra, sobre o rio Paraguai, foi construída no início do século XX em região de difícil acesso e tombada pelo Iphan em 2012 considerando seu valor histórico, arqueológico, etnográfico, paisagístico e de belas artes.
A ponte possui 2.009 metros de comprimento tendo um vão central para o tráfego de balsas pelo rio. Ao todo, a ponte tem 46 pilares, sendo que seis deles foram assentados no leito do rio Paraguai, com profundidade de 7 metros. A obra demorou mais de 10 anos para ser concluída e teve inúmeras paralisações devido às cheias do rio. Mais de 2.100 homens trabalharam na construção inovadora para a época.
Ferrovia histórica para o desenvolvimento do Estado
Campo Grande tem um complexo ferroviário composto por 135 edifícios em alvenaria e madeira localizado no centro da cidade que é tombado pelo Iphan desde 2009. Os prédios foram construídos em anos diferentes a partir do início do século XX, como um elo de comunicação com os outros estados brasileiros.
A Companhia Estrada de Ferro Noroeste do Brasil recebeu em 1904 a concessão para implantar a linha férrea, que seria o grande impulsor do desenvolvimento da região. Em 1914, chegava a Campo Grande o primeiro trem, símbolo da modernidade na época, quando a cidade pertencia ao então estado do Mato Grosso. O tombamento se deu por seu valor histórico, arqueológico, etnográfico e paisagístico.
Você sabe o que é uma rotunda? É uma edificação em formato circular ou semicircular, utilizada para a manutenção e depósito de locomotivas. A de Campo Grande é dividida em dois prédios, tendo a maior completando 90° e a outra de apoio de frente para a primeira.
História preservada no interior do Estado
Os patrimônios tombados pelo Iphan contam parte da história de Mato Grosso do Sul, como é o caso do Cemitério dos Heróis, localizado em Jardim. Lá estão os restos mortais de militares considerados heróis durante a Guerra da Tríplice Aliança, conhecida como “Retirada da Laguna”.
Os heróis são o guia José Francisco Lopes, coronel Carlos de Morais Camisão e o tenente-coronel Juvêncio Manuel Cabral de Menezes, que em 1867 lutaram contra os paraguaios em território hoje brasileiro.
Fonte: Jornal Midiamax