Acesso de indígenas a esgoto e coleta de lixo é precário em MS, alerta IBGE

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje (4) dados mais detalhados do Censo 2022 relacionados aos locais de moradia, saneamento básico, alfabetização e registro de nascimento entre indígenas em Mato Grosso do Sul e as outras unidades federativas.

Os números sobre acesso à rede de esgoto revelam a maior precariedade que os indígenas enfrentam no Estado. Apenas 25% das moradias ondem vivem ao menos um indígena não possui conexão, enquanto aproximadamente 50% dos locais não ocupados por eles, possui.

Outro resultado ruim está relacionado à coleta de lixo. Nas áreas indígenas, a taxa é de somente 52,4%. Nas que não possuem habitações com indígenas, é bem mais alta: de 90,3%.

As habitações indígenas que contam com acesso à rede de abastecimento de água são quase 83%, enquanto nas não indígenas, é de 90,5%.

Em 73,5% existem banheiros de uso exclusivo entre os indígenas. Nas moradias com não indígenas, o percentual é de 98,7%.

Moradias

Ainda em Mato Grosso do Sul, os resultados quanto à moradia apontam que as habitações ocupadas por pelo menos uma pessoa indígena, têm uma taxa de quase quatro moradores: são 3,84 pessoas por local.

A pesquisa censitária estima que há quase 150 indígenas vivendo em moradias degradadas, inacabadas, cortiços ou malocas no Estado. Eles representam 0,12% do total de habitantes (116.469).

Arte: Bárbara Campitelli

São considerados cortiços pelo IBGE, moradias coletivas de cômodos com banheiro compartilhado.

Já as malocas são habitações sem parede e sem banheiro, também chamadas de palhoça e choupana, que podem ser erguidas com materiais como taquaras e troncos. Elas podem representar construções tradicionais para os povos originários.

Habitações onde eles mais vivem são em casas (96,32%). Atrás, estão condomínios e casas de vila (1,72%), além de apartamentos (1,65%).

Alfabetização

Mato Grosso do Sul tem a 11ª taxa de alfabetização, no ranking entre as unidades federativas. Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo têm as maiores, considerando toda a população indígena de cada um.

Arte: Bárbara Campitelli

A quantidade de indígenas alfabetizados é maior entre os mais novos e menor entre os mais velhos. Entre os idosos com 80 anos ou mais, é 61,29% a taxa de analfabetismo.

Registro de nascimento

Cerca de 94% dos indígenas possuem registro de nascimento em cartório. O número aumentou bastante em comparação ao Censo 2010: eram apenas 19,39%.

Por outro lado, caíram os RANIs (Registros Administrativos de Nascimento de Indígena). A quantidade era 77,74% e ficou em 4,02% no censo mais recente.

O número de indígenas sem qualquer registrou aumentou pouco. Era 1,98% e ficou 2,12%. As documentações são essenciais para garantir acesso a direitos básicos, como matrícula na escola e atendimento no posto de saúde, por exemplo.

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

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