De acordo com o Hospital Regional Campo Grande tem 47 médicos com Covid-19

Foto: Regional só tem seis vagas na UTI, e deve ativar hospital de campanha nesta quarta-feira - Valdenir Rezende

Direção do hospital deu puxão de orelha na população: “insensível e egocêntrica”

A direção do Hospital Regional, unidade de referência para internar pacientes de Covid-19 em Campo Grande pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deu um “puxão de orelha” em parte da população da Capital.

Em nota, a direção da unidade criticou o comportamento da maioria e lembrou que a cidade já tem 47 médicos da linha de frente infectados pelo coronavírus, sendo que sete profissionais que trabalham no hospital estão afastados de suas funções, por contágio.

Os responsáveis pelo Regional chamaram parte dos moradores de Campo Grande de insensíveis ao momento delicado, e classificou o comportamento deles como “egocêntrico”.

Eles também lembraram que entre o Dia das Mães e o início desta semana, os casos aumentaram exponencialmente na cidade. Eram 159 no dia 11 de maio, e agora são 1.388.

Também nesta terça-feira (23), o jornal Correio do Estado informou que  dos 59 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, só seis estão livres. Dos 212 leitos disponíveis pelo SUS em toda a cidade, 71% estão ocupados.

O aumento na demanda por leitos na unidade de saúde, deve levar a diretora, Rosana Leite, a ativar o hospital de campanha montado na segunda quinzena de março, início da pandemia.

O hospital já tratou 99 pacientes confirmados de Covid-19, sendo que 32 ainda estão internados. Além dos enfermos que ocupam vagas da UTI, há 11 pessoas na enfermaria e outras duas que já estão curadas do novo coronavírus, mas que continuam no centro médico.

“DESCASO INADMISSÍVEL”

A direção do Regional não poupou críticas ao comportamento da população, e lembrou das rodas de tereré, e dos bares e conveniências lotados nos últimos dias. “O toque de recolher imposto pela prefeitura de Campo Grande, não vem sendo respeitado em nenhuma região do município. Há inclusive bares com superlotação, aglomeração, pessoas sem máscaras e compartilhando copos, cuias e narguilés”, afirma.

A nota termina da seguinte maneira: “chegou a hora de parte da população campo-grandense insensível ao momento delicado em que passamos, com as condições de atendimento das unidades de saúde, e com a vida humana serem responsabilizadas pelas de dezenas de mortes ocasionadas pela COVID-19 em nosso município. Que suas ações egocêntricas e inoportunas não provoquem o colapso na rede pública de saúde, o que ocasionaria mais mortes; pessoas, não números. Para nós do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, que lidamos com a vida humana diuturnamente, 24 horas por dia, sete dias por semana, e que não medimos esforços para salvar vidas, o descaso de vocês é inadmissível”.

Correio do Estado

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