Acusada por morte do chargista Marcos Borges em 2020 é condenada a 16 anos e meio de prisão

Foto: Chargista morto em 2020 - Reprodução/Redes Sociais

Clarice Silvestre, foi condenada hoje (02) a 16 anos e seis meses de reclusão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado.

A sentença é pela morte do chargista Marcos Antônio Borges, morto esquartejado por ela e por seu filho, João Victor Silvestre de Azevedo em 21 de novembro de 2020.

Silvestre foi condenado a 1 ano e seis meses de reclusão em regime aberto. O julgamento foi presidido pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, titular da 1ª vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Durante o júri, Clarice descreveu calmamente como assassinou o chargista em 2020.

Clarice Silvestre foi condenada por homicídio qualificado por motivo torpe, ocultação e destruição de cadáver, seu filho, condenado por  por ocultação de cadáver, por auxiliar a mãe a ocultar o corpo do chargista.

Durante o julgamento, o delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH), Carlos Delano explicou ao júri como as investigações chegaram à massoterapeuta.

O caso

Conforme Clarice, ela e o chargista se conheceram em dezembro de 2019, em um bar na rua de sua casa, localizada na Rua Pedro Celestino.

Em depoimento, a ré disse que ela e Marcos haviam discutido antes do ocorrido, discussão que evoluiu à agressão, pois, segundo ela, o chargista não aceitava que Clarice Silvestre  atendesse seus amigos com massagens tântricas.

Na versão dela, tentou se levantar e foi empurrada novamente, momento em que empurrou o chargista, que rolou a escalada nu, desorientado. Para ela, neste momento, Marcos a atacaria com uma pedra próxima do “pé” da escada.

Após o raciocínio, Clarice foi à cozinha, e com uma faca, atingiu o chargista no pescoço e posteriormente no coração. “Só parei porque a cachorra começou a latir muito”, relembrou.

Após o ocorrido, e com Borges agonizante, a massoterapeuta saiu de casa e se dirigiu ao bar da esquina conversar com a proprietária do local.

Na volta, comprou sacos de lixo e produtos de limpeza, ligou para o filho por volta das 12h e declarou ter feito uma “besteira, uma coisa muito errada”.

No fim da tarde, por volta das 18h, João Victor se deparou com o corpo do chargista, solicitando que a mãe chamasse a polícia, contudo, esta disse ao filho para a ajudá-la a se livrar do corpo de Marcos Borges.

Em depoimento, Clarice Silvestre admitiu ao júri que a ideia de esquartejamento do corpo do chargista foi ideia sua.

João Victor só foi até a casa da mãe no fim da tarde, por volta as 18h. O rapaz se assustou e disse para que ela chamasse a polícia, mas Clarice insistiu em se livrar do corpo e que precisava da ajuda dele.

A ideia do esquartejamento partiu dela, admitiu em depoimento. “Como o sangue estava cheirando forte, lavei partes com QBoa”, disse.

Após o ocorrido, o corpo de Marcos foi colocado em malas e transportado por um motorista de aplicativo, com o pretexto de levar as bagagens com roupa para a casa do filho, no Jardim Corcovado.

“Eu gostava dele, muito, me arrependi muito do que eu fiz”, disse emocionada.

Marcos Borges foi desovado no cruzamento da Rua dos Pampas e Nova Europa.

As suspeitas sobre Clarice se intensificaram após o filho de Marcos, rastrear, conseguir rastrear os passos do pai no dia em questão.

Interrogada e liberada, Clarice Silvestre seguiu para Coxim e São Gabriel do Oeste, para encontrar a filha, que a convenceu a se entregar à polícia.

Anteriormente

Em depoimento na terça-feira, 24 de novembro, três dias após o crime, Clarice Silvestre disse  ter agido sozinha, mas a polícia não descartou a participação de outra pessoa no crime.

“Ela comprou objetos que seriam utilizados no esquartejamento e na desova desse cadáver. [Objetos como] saco de lixo, luvas, facas, Q’Boa [água sanitária] que utilizou para limpar”, disse na ocasião o delegado Carlos Delano, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH).

Segundo o delegado, a mulher encomendou uma corrida com sua colega de trabalho, no valor de R$70, alegando que as malas transportadas eram de roupas para doação.

Delano também afirma que há possibilidade de haver outra pessoa envolvida no crime: o filho de Clarice.

“Ele chegou em casa por volta das 18h. Auxiliou a suspeita de 44 anos, a mãe dele, a esquartejar, condicionar o pedaço do cadáver na mala, transportar e descartar o cadáver”, declara.

Suspeitos  disseram que eles esperaram até 3h, para agir diante de um fluxo baixo de pessoas. Conforme populares, o filho de Clarice Silvestre carregou as malas, enquanto a mãe observava a rua para a aproximação de pessoas. Suspeita e o chargista estavam juntos há mais ou menos oito meses.

“Ela tinha um desejo de ser assumida como namorada. Ele queria manter o relacionamento às escondidas, e isso a deixava muito magoada”, disse o delegado, que ressaltou  que isso não foi o motivo determinante para o homicídio.

Na oportunidade, conforme Delano, Clarice Silvestre disse estar arrependida pelo delito.

 

Fonte: Correio do Estado

Notícias semelhantes