O adolescente de 16 anos, que atirou e matou o pai de 48 anos, em Três Lagoas, se apresentou à polícia no início da semana.
Ele prestou depoimento e foi liberado. O adolescente atirou no pai para defender a mãe, de 33 anos, que era vítima constante de ameaças e agressões por parte do ex-marido.
Nesta terça-feira (25), ela deu entrevista ao jornalista Ricado Ojeda, do site local, Perfil News.
A mulher foi abusada na infância e foi morar com o marido pensando que não sofreria mais.
Segundo a vítima, ela e o agressor eram casados desde que ela tinha 12 anos.
“Eu tinha 12 e ele 27, eu vivi 22 anos, nos separamos algumas vezes, ele era muito agressivo, assim, vivi com ele esse período”, disse.
Segundo ela, apesar das agressões, não considera que ex-marido fosse um ‘monstro’ e revelou que a bebida o transformava.
“Não vou dizer que é um monstro, teve momentos bons na minha vida, mas ele bebia e ficava louco, e eu acreditava que ele ia mudar… Na última separação, eu voltei porque ele estava doente”.
Da relação, dois filhos, que cresceram vendo as agressões. “Ele humilhava a gente, falava as coisas do meu filho, que ele não prestava, que eu não era uma boa mãe, que meu filho seria um drogado, ‘veado’”.
A mulher contou que chegou a pedir ajuda da família do marido, mas que as agressões continuaram. Além disso, ela também procurou ajuda na religião e se batizou na igreja, assim como o ex, mas que nada de mudança aconteceu.
“Eu acreditei muito que ele ia mudar”, pontuou. Agressivo, o homem sempre acreditava que a mulher estava o traindo e chegou a duvidar quando o primeiro filho nasceu.
“Quando meu filho nasceu, ele achou que não era dele, me agrediu”.
Ainda ao site local, ela revelou que o relacionamento foi marcado por idas e vindas e, que, inclusive, estava separada do homem quando a tragédia aconteceu.
O filho efetuou o disparo após ver o pai descumprindo as medidas protetivas.
“Ele sempre falou que ia me matar e matar meu filho, eu me separei no dia 9 de janeiro, comentei com várias pessoas que não queria que acontecesse algo. Só que ele continuava indo na minha casa, fazia ameaças e ficava louco se a gente falasse para ele não ir”, finalizou.