Após ter fiança reduzida, médico que matou advogada no trânsito e foi preso por dirigir bêbado é solto

Foto: Acidente aconteceu no cruzamento entre a rua Doutor Paulo Machado e avenida Arquiteto Rubens Gil de Camillo — Foto: Reprodução

João Pedro da Silva Miranda Jorge, de 29 anos, teve a fiança reduzida em R$ 44 mil pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ ). Após pagar o valor para a justiça na terça-feira (18), o médico vai responder o processo em liberdade e monitorado por tornozeleira eletrônica, que foi instalada hoje (20).
Na semana passada, ele teve o habeas corpus concedido e a fiança fixada em R$ 132 mil. A defesa, no entanto, solicitou a diminuição do valor alegando que ele não possuia condições econômicas para arcar com a despesa, “sendo um valor exorbitante que não condiz com sua realidade”.

João Pedro é médico da rede pública de saúde e possui renda mensal inferior a R$ 8 mil. Ele foi preso no dia 8 de junho, por dirigir embriagado e se envolver em um acidente de trânsito. A colisão ocorreu a poucos metros do local em que, sete anos atrás, ele matou a advogada Carolina Albuquerque Machado, enquanto também dirigia bêbado.
O médico estava preso no Centro de Triagem “Anísio Lima”, localizado no complexo do estabelecimento penal de Campo Grande, no Jardim Noroeste, na capital.
Desde a prisão, a defesa do médico tentava na Justiça a substituição da prisão preventiva em medidas cautelares. Apesar de ter a fiança reduzida, o médico não poderá frequentar bares, boates e casas noturnas, e deverá permanecer em casa das 20h às 6h, assim como nos feriados e fins de semana.

Histórico

O último acidente foi no dia 8 de junho. De acordo com o boletim de ocorrência, João Pedro dirigia uma caminhonete pela rua Doutor Paulo Machado e no cruzamento com a Arquiteto Rubens Gil de Camillo, atingiu a lateral de um veículo.
Com a batida, a condutora do segundo veículo envolvido, uma mulher, de 28 anos, sofreu lesões e foi socorrida encaminhada para a Santa Casa. A vítima recebeu alta horas após o acidente.
Segundo o registro policial, João Pedro estava com os olhos vermelhos e cheirava bebidas alcoólicas, mas se negou a fazer o teste do bafômetro. O homem foi preso em flagrante por dirigir bêbado.
Ainda segundo a polícia, o médico assinou um termo de constatação de embriaguez e foi levado algemado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol.
Em novembro de 2017, em trecho próximo, na Avenida Afonso Pena, João Pedro provocou acidente que terminou com a morte da advogada Carolina Albuquerque Machado, de 24 anos, e o filho dela de 3 anos gravemente ferido. O médico fugiu do local do acidente e se apresentou à polícia três dias depois.
Por causa do impacto, a caminhonete capotou e o carro de mãe e filho parou a cerca de 100 metros de distância em um poste. Ela ia cruzar a avenida passando o sinal vermelho, segundo testemunhas. João estava na avenida Afonso Pena e atingiu o carro da advogada a 115 km/h.

Depois de um laudo detalhado e a análise de várias câmeras de segurança, a perícia constatou que Carolina furou o sinal naquela noite, mas se João Pedro não estivesse em alta velocidade, a colisão seria sem gravidade.
O médico chegou a ser preso, mas foi liberado depois de pagar R$ 50 mil de fiança. Ele só foi condenado pela morte da advogada em 2021; a pena foi de dois anos e 7 meses de detenção.
No entanto, João Pedro deve ter a pena aumentada pela morte da advogada. A 2ª Câmara Criminal votou por unanimidade no dia 11 de julho, pelo recurso do Ministério Público para que ele também responda por embriaguez ao volante.

G1

Notícias semelhantes