Campeã de reclamações, Energisa em MS já teve 900 denúncias de clientes no Procon em 2020

Foto: Reprodução

Produtores rurais também acusam a empresa de contribuir para o aumento dos focos de incêndio no estado. A falta de manutenção das redes elétricas rurais seriam a principal causa.

Responsável por fornecer energia a 74 cidades de Mato Grosso do Sul, a Energisa lidera o ranking de empresas com maior número de reclamações no Procon-MS. São 900 denúncias recebidas de janeiro a outubro deste ano.

O número já é 52% maior ao total registrado em todo o ano de 2019, quando foram protocoladas 591 reclamações contra a concessionária, conforme informações do próprio Procon.

Esta semana, a empresa foi alvo de reclamações de clientes, que chegaram a ficar mais de 40 horas sem energia. A interrupção do serviço afetou moradores de pelo menos 28 bairros de Campo Grande.

Prejuízos
O produtor Altamiro Barbosa perdeu mais de 1,2 mil litros de leite, que estragaram por ficar sem refrigeração. “Um descaso da Energisa com a produção rural de Mato Grosso do Sul”, lamentou a reportagem.

Uma família, que mora na fazenda Estaca, na BR-163 e a 10km de Campo Grande, está a 35h. Então, a bomba responsável pelo abastecimento de água parou de funcionar, deixando os moradores sem o serviço também. Assim, a empresa justificou a demora na normalização: serviço de “maior complexidade”.

O construtor Ivo Soares, de 54 anos, mora no bairro Tijuca e conta que não é a primeira e sem dúvidas não será a última vez que ele fica sem energia elétrica após uma chuva, mesmo que fraca. Da última vez, Ivo teve prejuízo com o freezer que usa em casa.

“Isso acontece direto aqui, semana passada aconteceu, faltou energia e queimou o motor do meu freezer. Como consumidor eu fico muito chateado, foi um prejuízo de mais de R$ 1 mil”, conta. Desta vez, ele chegou a ficar 22 horas sem energia, das 15 horas de quarta-feira (14) até as 13 horas de quinta-feira (15).

A situação preocupa, pois a meteorologia indica que entramos num período em que ocorrências de temporais será constante.

Em nota, a Energisa informou que se ajustar o número aos dados do Sindec (Sistema Nacional de Informações Defesa do Consumidor), as reclamações caem para 232. Além de ressaltar que o ranking não representa a eficiência da concessionária, pois empresas que tem poucos clientes são comparadas a empresas que atendem milhões de clientes.

“Se considerarmos, portanto, os ajustes, a posição da empresa no ranking seria substancialmente alterada. A Energisa informa que o ranking do Procon considera em seu número, além das reclamações, os atendimentos e orientações realizadas ao cliente. O ranking apresenta ainda um elevado número de reclamações improcedentes, bem como reclamações duplicadas”, explicou.

Com base nos dados da Sindec e avaliados pela distribuidora, o número de atendimentos e orientações são de 301; reclamações improcedentes e arquivadas, 222; e reclamações Duplicadas ou Triplicadas, 145.

Fio rompido em meio a foco de incêndio em São Gabriel do Oeste/Foto: Você Repórter

Incêndios

Além de todas essas reclamações, ainda existem os casos de incêndios que segundo vários produtores rurais, a falta de manutenção e a idade da redes elétricas rurais vem contribuindo para o aumento dos focos de queimadas em várias regiões do Estado, de acordo com produtores rurais que entraram em contato com nossa reportagem, somente essa semana já houve pelo menos dois incêndios em fazendas que foram causados por fios da rede elétrica que se romperam. Nossa reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Energisa e aguarda uma resposta a respeito da atual situação das redes rurais. Segundo o vice-presidente do Sindicato Rural de São Gabriel do Oeste Renê Miranda, “a situação dos produtores rurais da região é desesperadora e os prejuízos já causados pelos focos de incêndios são impossíveis de contabilizar e podem levar anos para serem revertidos, principalmente os danos ao solo e vegetação.”

Antonio Soares com informações do midiamax

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