Casos prováveis de Chikungunya em MS superam em 91% a soma dos últimos dez anos

Em 2025, os casos suspeitos de Chikungunya em Mato Grosso do Sul são 91% mais altos que a soma dos últimos dez anos. Entre 2015 e 2024, o Estado acumulou 7.143 casos prováveis da doença. Agora, o número já chega a 13.695, faltando um mês e meio para o fim do ano.

Com exceção da primeira semana de 2025, todas as outras tiveram mais notificações da doença que o mesmo período do ano anterior. Entre 2 e 8 de novembro, período mais recente divulgado, o número é 63 vezes maior que no ano anterior. Foram 189 notificações nestes dias em 2025 e apenas três em 2024. A última semana de maio lidera o número de suspeitas, com 844: 1.178% que a mais que a mesma época de 2024.

Além disso, 16 pessoas morreram vítima de Chikungunya em MS neste ano, o dobro da soma dos últimos dez anos. Desses 13.695 casos suspeitos, 7.536 já foram confirmados no SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O documento também confirma 74 casos da doença em gestantes.

Os casos prováveis são aqueles em aberto no sistema (em investigação ou ignorados) somados aos casos confirmados, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde).

Gráfico mostra a evolução dos casos prováveis de Chikungunya (Foto: reprodução, SES)

Mortes confirmadas

Entre as 16 mortes confirmadas no Estado, segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), 12 registraram algum tipo de comorbidade. Os óbitos foram registrados em dez cidades de MS:

  • Dois Irmãos do Buriti;
  • Vicentina;
  • Naviraí;
  • Terenos;
  • Fátima do Sul;
  • Dourados;
  • Sidrolândia;
  • Glória de Dourados;
  • Maracaju;
  • Iguatemi.

O que diz a SES?

Em nota enviada à reportagem, a SES negou a existência de um surto de Chikungunya no Estado. Segundo a pasta “a alta de casos prováveis registrada este ano acompanha a tendência nacional e está relacionada a fatores já conhecidos em períodos de maior circulação do Aedes aegypti”. A SES afirma que o movimento é “esperado dentro do comportamento sazonal das arboviroses no Brasil”.

A pasta lista três fatores para o aumento nos casos:

  • Aumento da temperatura e da umidade, que favorecem a reprodução do vetor;
  • Maior sensibilidade dos sistemas de vigilância e aumento do número de atendimentos;
  • Intensificação das investigações e do encerramento oportuno de casos.

“No momento, não há nenhum município de Mato Grosso do Sul em situação de surto de Chikungunya. O Estado realmente apresentou aumento de casos em 2025 — fato já divulgado e que se reflete no crescimento observado na série histórica — porém isso não caracteriza surto“, explica a secretaria de saúde.

Medidas de contenção

A SES afirma, ainda, que mantém ações contínuas de vigilância e controle das arboviroses, incluindo:

  • monitoramento diário dos casos notificados pelos municípios;
  • mobilização das equipes municipais para eliminação de focos;
  • apoio técnico direto às secretarias municipais de saúde;
  • intensificação das ações de campo e das atividades educativas;
  • atualização semanal dos dados e alertas por meio dos boletins epidemiológicos.

 

Fonte: Agência Brasil

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