Passa por audiência de custódia nesta segunda-feira (24) o 2º-tenente da Polícia Militar Rodoviária, Adriano Aparecido Pereira Mendes de Figueiredo, preso neste sábado (22) por desacato e importunação sexual. Conforme o auto de prisão em flagrante, o comandante da base da PMR de Paranaíba proferiu comentários de conotação sexual à delegada Eva Cogo, titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) da cidade.
O episódio ocorreu quando o marido de Eva, Igor Mendes de Faria, que também é delegado, foi ao caixa pagar o almoço que haviam acabado de consumir quando Adriano se aproximou dela, aparentemente alcoolizado, conforme o registro da ocorrência. O PM a fitou e disse: “faz marquinha e fica aí tentando esconder”. Com sorriso malicioso, segundo depoimento, o homem direcionou o olhar ao seu quadril.
A delegada afirma que estava usando calça jeans de cós alto, porém com duas pequenas frestas laterais que deixariam amostra as marcas de biquíni, tampadas por seus braços na posição em que estava mexendo no celular na hora em que ocorreu o assédio.
Explicou, ainda, que estava fora do horário de trabalho e com roupas condizentes com momento de lazer, no entanto, mesmo que não fosse assim não justificaria ser assediada. “Me senti extremamente constrangida”.
Afirmou que não fosse comentário e olhar libidinosos, só teria achado o ocorrido “inoportuno”, contudo, foi tudo muito constrangedor. Quando pediu para o tenente se identificar, houve recusa e mesmo o marido se identificando como delegado, seguiu se negando a dizer quem era.
Quando cedeu, revelou em tom de deboche que era tenente e chefe da PMR. Eva o reconheceu de palestra que participaram meses atrás. O delegado deu voz de prisão a Adriano que foi encaminhado à delegacia sem algemas, mas no banco traseiro da viatura.
Diante do delgado de plantão, Francisco Moreira, o tenente sustentou que havia somente cumprimentado a vítima. Enquanto o caso era registrado, segundo Eva, o autor do assédio perguntou, ainda em tom debochado, se ela tinha se acalmado.
Em reposta a delegada disse que está há oito anos à frente da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), tratou de casos semelhantes e jamais imaginou passar por tamanho constrangimento. Por isso, quer que todas as providências sejam tomadas. Adriano segue preso e passa por audiência de custódia nesta segunda-feira (24) em Campo Grande.
FONTE: CAMPO GRANDE NEWS