Os crimes de feminicídio em Mato Grosso do Sul atingiram 37 casos nos 11 meses de 2025. Até a manhã desta segunda-feira (24), 37 mulheres foram assassinadas em razão de sua condição, no ambiente familiar, no âmbito da violência doméstica, superando os 35 casos de feminicídios registrados em 2024, no mesmo período.
O 37º feminicídio vitimou a ex-guarda municipal de Dourados, Aliene Nunes Barbosa, de 50 anos, na madrugada desta segunda-feira (24). Ela foi esfaqueada 23 vezes pelo ex-marido, Cristian Alexandei Cabeza Henrique, um boliviano de 44 anos, que está preso em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande.
Há menos de uma semana, o Estado registrou o 36º feminicídio. Na última terça-feira (18), Gabrielli Oliveira dos Santos, de 25 anos, foi assassinada enforcada pelo marido, Diovane Alfredo Dique de Oliveira, em Sonora. Ele foi preso em flagrante após se apresentar na delegacia e confessar os fatos.
Uma semana antes do feminicídio que vitimou Gabrielli, uma família foi morta esfaqueada e carbonizada em Rochedo, a 67 quilômetros de Campo Grande. No dia 10 de novembro, Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37 anos, e a mãe, Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83, foram assassinadas por Higor Thiago Santana de Almeida — atualmente preso. O filho de Rosimeire, Bruno de Oliveira Gonçalves, de 14 anos, também foi assassinado.

Requintes de frieza
Além da brutalidade, o feminicídio que vitimou a ex-guarda municipal chama a atenção pelos requintes de frieza. Ela foi assassinada na frente do filho de 9 anos, que ficou mais 40 minutos trancado em um dos quartos da residência. Somente depois, ele conseguiu pular um muro para pedir socorro.
O suspeito do crime é o ex-marido dela, Cristian Alexandei, que foi preso na casa da mãe. Inclusive, ele já tinha passagens por violência doméstica e usava tornozeleira eletrônica por quebra de medidas protetivas.
Lista de feminicídios em MS em 2025
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro;
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro;
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro;
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro;
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro;
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março;
- Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março;
- Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril;
- Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio;
- Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio;
- Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio;
- Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio;
- Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio;
- Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio;
- Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho;
- Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho;
- Rose (Costa Rica) – 27 de junho;
- Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho;
- Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho;
- Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho;
- Salvadora Pereira (Corumbá) – 2 de agosto;
- Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto;
- Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto;
- Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro;
- Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro;
- Ana Taniely Gonzaga de Lima – 13 de setembro;
- Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro;
- Erivelte Barbosa Lima de Souza (Paranaíba) – 10 de outubro;
- Andrea Ferreira (Bandeirantes) – 12 de outubro;
- Solene Aparecida Corrêa (Três Lagoas) – 21 de outubro;
- Luana Cristina Ferreira Alves (Campo Grande) – 28 de outubro;
- Aline Silva (Jardim) – 4 de novembro;
- Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves (Aparecida do Taboado) – 4 de novembro;
- Rosimeire Vieira de Oliveira (Rochedo) – 10 de novembro;
- Irailde Vieira Flores de Oliveira (Rochedo) – 10 de novembro;
- Gabrielli Oliveira dos Santos (Sonora) – 18 de novembro;
- Aliene Nunes Barbosa (Dourados) – 24 de novembro.
Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
Fonte: Jornal Midiamax





















