Se, há alguns anos, a população aguardava ansiosamente pela liberação da vacina da covid-19 por faixa etária e grupo, atualmente, a vacinação contra o vírus em Mato Grosso do Sul passa por mudanças. Com o avanço da imunização e a estabilização dos casos da doença, o imunizante deixou de ser oferecido a toda a população, e hoje a aplicação é concentrada em grupos com maior risco de adoecimento e agravamento do quadro clínico.
O novo cenário reflete uma etapa de controle da pandemia, na qual a vacinação deixa de ter caráter emergencial e passa a compor o calendário regular do Ministério da Saúde. De acordo com dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), em Mato Grosso do Sul, 84% da população completou o esquema vacinal.
No Estado, 2.314.814 pessoas foram imunizadas com pelo menos duas doses; e 416.996 receberam ao menos uma dose. O painel de dados não contabiliza o número de pessoas que não tomaram nenhuma dose. Os dados são acumulativos, ou seja, consideram as doses que foram administradas desde o início da campanha.
Cenário atual
Inicialmente, a vacinação era aberta a todos os públicos, o que contribuiu para frear as contaminações do vírus da covid e reduzir o número de casos graves. Com a normalização do cenário da pandemia, as estratégias da imunização também passaram por mudanças, conforme explica o coordenador de imunização da SES, Frederico de Moraes.
Desde 2024, a vacinação contra o vírus não está mais aberta a todos os públicos. Atualmente, ela segue o calendário de imunização do Ministério de Saúde, que preconiza pessoas em situação de vulnerabilidade e com maior risco de adoecimento e agravamento no quadro de saúde.
Fazem parte do grupo prioritário crianças entre 6 meses e 5 anos de idade, idosos, gestantes, população indígena, pessoas vivendo em situação de rua, ribeirinhos, quilombolas, pessoas com comorbidades, trabalhadores de saúde e pessoas com deficiência permanente.
O esquema vacinal também varia de acordo com a faixa etária e o grupo. Os bebês recebem três doses, a primeira aos seis meses, a segunda aos sete meses e a terceira aos nove meses de idade. Gestantes recebem uma dose por gestação, os idosos uma dose a cada seis meses e os demais grupos uma dose por ano.
Além disso, atualmente não existe mais uma variedade de vacinas disponíveis, como durante a pandemia. O Ministério da Saúde trabalha conforme as aquisições, ou seja, pode haver uma variação no fabricante de tempos em tempos. No momento, a vacina mais atualizada disponível no Brasil é a Pfizer, com a variante JN1.
Por que a vacina não está mais disponível para todos?
Conforme explica o coordenador de imunização da SES, Frederico de Moraes, o Ministério de Saúde classifica a epidemiologia de uma doença de acordo com as hospitalizações, internações e óbitos. Como não existe mais um cenário de emergência envolvendo a covid-19, como aconteceu entre os anos de 2020 e 2022, o Ministério determinou que a manutenção da vacina deveria ser feita apenas pelos grupos prioritários.
Dessa forma, todos aqueles que receberam ao menos uma dose da vacina e que não façam parte de algum grupo de risco não precisam mais do imunizante. No entanto, a vacina ainda segue disponível para qualquer pessoa que não tenha recebido nenhuma dose e queira se imunizar.
“Se algum indivíduo não recebeu nenhuma vez a vacina e procurar a Unidade de Saúde, essa pessoa ainda pode se vacinar. Mas as pessoas que, ao longo dos anos, já receberam a sua vacina, essas não precisam mais. Considera-se o esquema vacinal adulto [completo] à pessoa que recebeu pelo menos uma dose de vacina”, reforça.
Fonte: Jornal Midiamax