Sem que ninguém percebesse e com “mapa” mostrando a localização do cofre central, quadrilha invadiu agência do Banco Bradesco, localizada na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, no Centro de Campo Grande, e levou R$ 449.751. A ação aconteceu na tarde de domingo, dia 3.
Segundo a investigação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), a quadrilha conta com a ajuda de dois técnicos em sistemas de segurança, que já trabalharam na unidade.
Everton da Silva Souza, de 35 anos, é um deles. Morador do Bairro Coophavilla 2, ele foi preso em Aparecida do Taboado, para onde havia viajado a trabalho, no dia seguinte à invasão. Ele passou por audiência de custódia no fim da manhã desta quarta-feira (6) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva (por tempo indeterminado).
Na tarde desta quarta, o Garras prendeu um segundo suspeito, Edmilson Custódio, escondido em endereço no Bairro Los Angeles – no sul da Capital. Segundo o depoimento de Everton, o comparsa também trabalha com sistemas de segurança e ele fez a ponte com outros integrantes da quadrilha, “especialistas” neste tipo de ação.
Consta no relatório elaborado pelo Garras que, na tarde de domingo, quatro homens foram até a agência bancária e invadiram o cofre quebrando “cirurgicamente” parede de um banheiro que dá acesso à parte de traz do cofre, evitando assim que alarmes tocassem. O local também é ponto cego no sistema de videomonitoramento.
Assim que começaram as investigações, policiais foram atrás das imagens das câmeras de outros comércios da região. Descobriram que um grupo, composto por quatro homens, usou um Chevrolet Prisma e um Fiat Palio na ação. Três dos ladrões entraram na agência e um ficou do lado de fora, fazendo o papel de “olheiro”.
A apuração chegou até Everton porque conseguiu a listagem dos funcionários da empresa que havia trabalhado na manutenção do banco dias antes. Ele já era suspeito de ter participado de furto à agência da Caixa Econômica Federal de Aquidauana, de onde foram levados R$ 700 mil, em outubro do ano passado.
Quando equipe foi até a casa de Everton, encontrou o Prisma na garagem. Ele continuou sendo monitorado até ser preso no interior. Num primeiro momento, o investigado negou qualquer participação no crime, mas depois confessou. Ele também entregou Edmilson e liberou aos policiais o acesso ao seu celular, onde mais dois suspeitos foram identificados.
Cairo Frazão, advogado que foi acionado pela família de Edmilson Custódio, afirma que o cliente foi apenas “contratado para passar informações privilegiadas” sobre o funcionamento da agência bancária e que foi recrutado para entrar no esquema por Everton, que diz o contrário. O defensor afirma que a participação de Edmilson é “mínima”, que o cliente se escondeu na casa de conhecidos ao saber da prisão do primeiro, mas que está colaborando com a polícia.
A reportagem foi até a agência, mas ninguém quis comentar o assunto.
Fonte: Campo Grande News