A Justiça de Campo Grande aceitou denúncia por associação criminosa e furto qualificado de R$ 449,751 mil da agência do Bradesco na Rua Marechal Rondon. Dos acusados, três estão foragidos e pelo menos dois são considerados especialistas neste tipo de crime pela polícia do estado de São Paulo.
A denúncia foi aceita pelo juiz em substituição legal da 1ª Vara Criminal, Olivar Augusto Roberti Coneglian.
Foram denunciados os técnicos de segurança Everton da Silva Souza, 35 anos, Edemilson Custódio, 32 anos, e três homens que são outros estados: Clóvis Borgmann, 41 anos, Elizeu Gomes da Rocha, 40 anos e Douglas Ferreira de Camargo, 26 anos. Pelo menos dois dos foragidos já tem ficha pelo furto de bancos, um deles, “vivendo do crime e para o crime”, conforme denúncias anteriores.
A agência em Campo Grande foi arrombada na madrugada do dia 3 de abril. Os bandidos retiraram grade de uma das janelas do banheiro da agência e quebraram a parede do local, exatamente onde convergia para os fundos do cofre central. Do total furtado, não foram recuperados R$ 361,201 mil, já que parte do dinheiro foi gasto pelos detidos e a outra não foi encontrada.
Os bandidos, então, cortaram a parte traseira do cofre, sem disparar qualquer alarme, pegaram o dinheiro e fugiram. A grade era local sem câmeras ou sistema de alarme de presença, assim como a parte aberta na sala do cofre.
O conhecimento da quadrilha de como entrar na agência chamou atenção para a participação de pessoas que conhecia a estrutura do banco.
O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) passou a investigar a lista de prestadores de serviço e chegou a Everton Silva de Souza, que esteve no banco em março.
As imagens do circuito interno foram checadas e Everton foi flagrado tirando fotos e gravando vídeos da sala-cofre. O carro dele também foi identificado na data do crime.
No dia 6 de abril, p técnico em segurança foi localizado e preso em Aparecida do Taboado. Segundo a denúncia, ele havia sido mencionado em outros furtos, já que realizou serviços dias antes de ações criminosas contra a Caixa Econômica Federal.
Everton confessou o crime, relatando detalhes e entregando o nome dos comparsas. Com ele, foram apreendidos R$ 57.350,00.
Na tarde do mesmo dia, Edemilson Custódio foi preso no bairro Los Angeles, onde havia se escondido em uma chácara. Ele também confessou participação e indicou onde estavam mais R$ 31,2 mil do furto. O carro dele também foi identificado como tendo sido visualizado perto de local de tentativa de furto na Cooperativa Sicredi do bairro Coronel Antonino.
Os dois disseram que foram cooptados pelo serviço quando estava a trabalho em São Paulo e conheceram Elizeu Gomes da Rocha, 40 anos. Os outros dois envolvidos, Clóvis Borgmann, 41 anos, e Douglas Ferreira de Camargo, 26 anos, eram responsáveis por entrar no banco e furtar o dinheiro.
Edemilson disse que, inicialmente, era responsável por mapear o banco, mas, com o passar do tempo, passou a integrar a equipe que invadia a agência.
Naquele furto, Douglas, Edemilson e Clóvis entraram no banco, enquanto Everton e Elizeu vigiavam a área externa.
Os homens foram denunciados no dia 18 de abril pela promotora Grázia Strobel da Silva Gaifatto pelos artigos 288 e 155, §4°,I e IV do Código Penal (associação criminosa e furto qualificado mediante rompimento de obstáculos e concurso de pessoas). A denúncia foi aceita no dia 20 de abril, sendo mantida as prisões preventivas dos acusados, inclusive, dos foragidos.