Conselheira da ONU desembarca em aldeia de Amambai e vai analisar indícios de genocídio

A subsecretária-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Alice Wairimu Nderitu, segue agenda em Mato Grosso do Sul e nesta terça-feira (09) desembarcou na aldeia Guapoy, em Amambai. Na agenda da missão, estão investigações de denúncias de genocídio contra indígenas.

A ação é acompanhada por membros do CIMI (Conselho Indigenista Missionário). A aldeia Guapoy foi local de confronto em junho de 2022, com a tropa de choque, que terminou na morte do indígena Vitor Fernandes.

“A Subsecretaria da ONU veio a MS conhecer a realidade indígena, os conflitos existentes do estado e averiguar a situação calamitosa em que estão submetidos os indígenas Guaranis e Kaiowás. Irá analisar se no Estado de MS há indícios de genocídio em curso”, disse representante do CIMI.

Na segunda-feira (8), a subsecretária-geral da ONU se reuniu com o governador Eduardo Riedel (PSDB). Na reunião, o governador falou sobre as ações desenvolvidas em prol das comunidades indígenas e também sobre a situação fundiária da população originária.

MS é o terceiro estado que mais registrou assassinatos de indígenas

Mato Grosso do Sul registrou um terço das mortes de indígenas do país durante os conflitos no campo no ano passado. Os dados foram apresentados no relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra) sobre as violências ocorridas no Brasil em 2022.

O documento indica que as terras sul-mato-grossenses registraram seis das 18 mortes de indígenas do Brasil e destaca os casos de retomada dos indígenas Guarani-Kaiowá. Seis pessoas foram mortas entre maio e dezembro do ano passado.

O número posiciona o Estado de Mato Grosso do Sul em terceiro do país que mais registrou assassinatos decorrentes de conflitos no campo. A morte de indígenas no país representa 38% do total de óbitos em violências no campo, que totalizaram 47 pessoas assassinadas em 2022.

 

Fonte: Jornal Midiamax

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