Os custos de produção de alguns setores da economia podem desacelerar ou estagnar nas próximas semanas. Pelo menos é a lógica com a redução de R$ 0,30 por litro no preço do óleo diesel, anunciado pela Petrobras na segunda-feira (19). A mudança passou a valer ontem (20) e deverá ser repassada às distribuidoras. Assim, produtos ligados à agropecuária e ao transporte poderão ficar mais baratos, no entanto, o “refresco” só poderá ser percebido daqui algumas semanas.
“A redução ainda não chegou na bomba e os preços continuam estáveis. Mas se tiver redução, vai ser bom. Ainda não vai dar para perceber, só daqui um mês”, avalia o presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros em Mato Grosso do Sul), Osni Belinatti.
O diretor-executivo do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, concorda. “A redução é positiva para o mercado de Mato Grosso do Sul porque o diesel é muito importante no agronegócio”, explica.
Segundo ele, esse combustível impacta diretamente nos custos da produção. “A redução do preço veio em boa hora”, completa, já que ela pode ajudar no barateamento do transporte da produção agropecuária de MS. Além disso, estimula o consumo do diesel em postos locais.
“O consumo, independente do preço, já está crescente devido a diversos fatores que estão ocorrendo em nosso Estado, mas é lógico que com preços mais atrativos a tendência é de aumento de volume de vendas, principalmente em postos de rodovias”, pontua Lazarotto.
Valores
Até segunda-feira o valor repassado às distribuidoras era de R$ 5,19, agora, deverá ser de R$ 4,89 por litro. Desta forma, considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 4,67, em média, para R$ 4,40 a cada litro vendido na bomba.
Conforme a nota publicada pela empresa, a redução acompanha a evolução dos preços de referência e segue a política de preços da estatal.
Para o economista Eugênio Pavão, o desempenho do diesel ocorre de maneira diferente de outros combustíveis, “pois a demanda pelo diesel enfrenta uma forte concorrência internacional, estando o País enfrentando falta do produto. Com isso, o preço tende a ser mais alto”, analisa.
Entretanto, Pavão acredita que, com a redução do diesel, haverá efeito em cascata, com a redução dos custos com frete e dos preços de produtos que circulam no País. “O peso do diesel na inflação é menor do que a gasolina, mas faz com que o transporte urbano, por exemplo, não aumente nos próximos meses, provocando um efeito indireto positivo na inflação”, amplia o economista.
Essa desaceleração de preços de serviços e produtos, no entanto, dificilmente será percebida em produtos que têm a oferta reduzida, como alguns alimentos e os fertilizantes, que são usados na agricultura.
Fonte: Campo Grande News