A Cooperativa Agropecuária de São Gabriel do Oeste  COOASGO esteve representada no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), realizado nos dias 22 e 23 de outubro de 2025, em São Paulo (SP). Participaram do evento Nayanni Grazieli Oliveira de Souza, gerente administrativa, e Paula França, do setor de comunicação da Cooperativa.
Em sua décima edição, o CNMA consolidou-se como o maior encontro da América Latina dedicado à valorização e ao protagonismo feminino no agronegócio. Com o tema central: Liderança, Sustentabilidade e Inovação no Campo, o congresso reuniu mulheres de todo o país, autoridades e especialistas para debater tendências, desafios e oportunidades do setor.
Abertura: o protagonismo feminino no agro brasileiro
O primeiro dia foi marcado pela mesa de abertura moderada pelo ex-ministro da Agricultura e professor da FGV, Roberto Rodrigues, e contou com a presença da senadora e ex-ministra Tereza Cristina, do secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, e da diretora de Promoção Comercial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ângela Peres.
Durante o painel, os convidados reforçaram o papel estratégico das mulheres na transformação do agronegócio brasileiro. Tereza Cristina destacou a evolução da representatividade feminina, lembrando que, há uma década, eram poucas as mulheres em cargos de decisão, mas hoje elas ocupam posições de liderança em cooperativas, empresas e propriedades rurais.
Roberto Rodrigues ressaltou que o agronegócio é sustentado por três pilares fundamentais: produtividade, sustentabilidade e responsabilidade social e que as mulheres têm papel essencial na consolidação desses valores.
Já Ângela Peres apresentou iniciativas do Mapa voltadas à valorização da mulher produtora, especialmente por meio da abertura de novos mercados e do fortalecimento de redes de cooperativismo e associativismo feminino.
Oficina: Semeando a liderança feminina no agronegócio
A oficina Liderança Transformadora: o legado das mulheres para um setor em evolução apresentou dados e reflexões sobre os desafios enfrentados pelas mulheres rurais. De acordo com pesquisa da Trouw Nutrition (2022), 48% das mulheres do agro relataram dificuldades de relacionamento com líderes ou gestores, e 38% com colegas homens números que evidenciam a necessidade de fortalecer políticas de equidade e representatividade no campo.
Foram destacados dados da Embrapa e do IBGE, que mostram que as mulheres administram 30 milhões de hectares e representam 18,6% da força de trabalho agrícola no país. Além disso, 34% dos cargos gerenciais do agronegócio já são ocupados por mulheres, segundo levantamento da FGV.
O debate encerrou-se com a reflexão de que a liderança feminina é construída sobre quatro pilares: inovação e sustentabilidade, colaboração e empatia, resiliência e determinação, diversidade e inclusão.
2º Dia: debates técnicos e perspectivas para o futuro do agro
O segundo dia do congresso teve uma programação voltada a aspectos jurídicos, tributários e de sustentabilidade, com foco na atualização das políticas do setor e no papel das cooperativas na construção de um agro mais moderno e competitivo.
Direito no Agro: Reforma Tributária e Relações Trabalhistas
O painel Direito no Agro Aspectos Fundamentais para os Produtores Rurais e o Mercado do Agronegócio contou com a participação das doutoras Adriana Bandeira de Mello, Alessandra Okuma, Adriana Galvão e Fernanda Malta.
As especialistas abordaram os impactos da Reforma Tributária no campo, destacando as novas regras de contribuição, como a alíquota reduzida de 60% e a alíquota zero para determinadas operações. Também foram discutidos temas como a tributação de grandes patrimônios, deduções rurais e a nova fase de conformidade fiscal denominada Declara Agro, iniciativa da Receita Federal.
Outro ponto central foi a formalização do trabalho rural e a importância da consultoria preventiva na gestão trabalhista. A aplicação da NR-1, que trata do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, foi destacada como essencial para garantir segurança e qualidade de vida aos trabalhadores rurais.
Painel sobre Proteína Animal: do campo à mesa do consumidor
Outro destaque do dia foi a mesa-redonda Proteína Animal e Da Genética ao Consumidor Final: A Revolução das Percepções, com participação de Lívia Macrado, Ana Cláudia, Bárbara Sollerd, Ísis Sardella e Natália Irano.
As discussões ressaltaram o papel do Brasil como líder global na produção de proteína animal, em especial na cadeia da carne suína, que registrou crescimento de 45% no consumo interno nos últimos oito anos. O painel também reforçou a importância da comunicação transparente sobre os benefícios nutricionais e econômicos do produto, além da qualificação profissional ao longo de toda a cadeia produtiva.
Sustentabilidade e COP30: o cooperativismo como protagonista
Encerrando o evento, o painel Mudança Climática e Mulheres COP30 e Dos Fatos à Comunicação trouxe à tona a relevância do agronegócio na mitigação dos efeitos climáticos e na transição para uma economia de baixo carbono.
Participaram do debate Francisco Matturro (Rede ILPF), Alexsandro Mastropaulo (Corteva Agriscience), Cristian Malevic (MWM), João Irineu Medeiros (Stellantis) e Tânia Zanella (OCB). Foram apresentadas tecnologias sustentáveis, como o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), já presente em 18 milhões de hectares no Brasil, e iniciativas de capacitação feminina, que vêm fortalecendo a atuação de mulheres em projetos de sustentabilidade, especialmente no Nordeste.
O encerramento ficou marcado pela fala de Marcello Brito, secretário da conferência global pelos Estados Amazônicos, que destacou o cooperativismo como caminho estratégico para unir produtividade, inclusão e preservação ambiental.
“O cooperativismo é o caminho para transformar desafios em oportunidades e garantir um agro mais sustentável, inclusivo e protagonista no cenário global.”
Segundo Nayanni Grazieli Oliveira de Souza, gerente administrativa da COOASGO, o 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) reafirmou a convicção de que o futuro do agro será cada vez mais feminino, colaborativo e estratégico.
“O evento, que reuniu mais de 3 mil mulheres de todo o país e do Paraguai, foi um espaço de inspiração e debates de alto nível sobre liderança, sustentabilidade e inovação.
Entre tantos temas relevantes, um dos que mais me chamou atenção foi a reforma tributária, assunto que impacta diretamente a competitividade do setor e exige atenção redobrada das lideranças femininas.
Discutir o novo modelo tributário sob a ótica da gestão e da produção rural reforça o papel das mulheres como protagonistas não apenas nas propriedades, mas também nas decisões que moldam o futuro econômico e sustentável do agronegócio brasileiro.”
A participação da COOASGO no CNMA 2025 reafirma o compromisso da Cooperativa com a valorização da mulher, o fortalecimento do cooperativismo e a busca por inovação e sustentabilidade no agronegócio.
Os dois dias de congresso reforçaram que o futuro do agro brasileiro será cada vez mais liderado por mulheres  profissionais que unem sensibilidade, técnica e visão estratégica para impulsionar um setor mais justo, moderno e humano.
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