A situação de calamidade enfrentada em Corumbá não é vivida em nenhum outro lugar no Brasil, já que o município é o primeiro em número de focos de incêndios no País nas últimas 24 horas.
Conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Corumbá tem 71 focos e é responsável por 21,1% do total de focos de incêndio no Brasil. O município é seguido por Fernando Falcão e Mirador, ambos no Maranhão e que têm 18 focos cada.
Porto Murtinho, também na região pantaneira, aparece na lista com 10 focos de incêndios florestais. Aquidauana tem 6 focos. Se levar em conta os estados, Mato Grosso do Sul aparece em 4º lugar em números de focos (96).
Tocantins (170 F), Mato Grosso (123 F) e Maranhão (109 F) estão em 1º, 2º e 3º, respectivamente. Isso ocorre porque esses estados estão com diversas cidades com incêndios florestais e o acumulado de todos faz esse raking.
No caso de Mato Grosso do Sul, a maioria dos incêndios está concentrada em apenas uma cidade: Corumbá.
Pantanal em chamas
A situação de Corumbá está tão catastrófica que o satélite do Zoom Earth revelou uma camada de fumaça cobrindo a região pantaneira. A fumaça é causada por incêndios florestais que já devastaram 240 mil hectares neste ano.
O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) explica que as imagens de satélite mostram uma fina camada de fumaça originada por incêndios florestais próximo a Corumbá. Nas regiões sudoeste e sudeste do Estado, há nebulosidade, mas não há associação com chuvas.
Portanto, o Estado permanece em alerta de baixa umidade relativa do ar, o que favorece as ocorrências de queimada e risco à saúde. A previsão é de que os termômetros podem chegar a 36°C, associado a secura no ar, entre 15 e 35%.
Grande parte de Mato Grosso do Sul completa mais de 20 dias sem chuvas consideráveis. A última chuva teve registro no dia 24 de maio em Campo Grande. Os ventos atuam de nordeste no estado de Mato Grosso do Sul, elevando a sensação de calor.
Pantanal tem 240 mil hectares queimados
O Pantanal já teve mais de 240 mil hectares queimados este ano e a destruição caminha para superar aquela vivida em 2020 – um dos piores anos para o bioma. Mapeamento feito pelo Ecoa a partir de imagens de satélite serve de alerta para a devastação deixada pelo fogo.
A paisagem cinza e os animais carbonizados ainda ecoam na mente do pantaneiro após o desastroso 2020 – com mais 4 milhões de hectares devastados. As indicações são de que 2024 pode ser ainda pior, segundo o Ecoa.
Corumbá escondida na fumaça
Desde o dia 4 de junho, moradores de Corumbá convivem com a fumaça de incêndios florestais no Pantanal. O município registra 1.241 focos de queimadas em 2024, sendo o primeiro no ranking nacional de focos por cidade, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Já são mais de 10 dias convivendo com a fumaça, que esse ano chegou muito mais cedo. Os incêndios florestais ocorrem em período mais crítico entre julho e setembro, porém são 1.269 focos no Pantanal em 16 dias de junho.
Mato Grosso do Sul em emergência ambiental
Em 10 de abril, o Governo de Mato Grosso do Sul publicou o decreto n° 25 que declara estado de emergência ambiental em todo o Estado, por 180 dias, devido às condições climáticas que favorecem a propagação de focos de incêndio sem controle. Entre as ações, estabelece as queimas prescritas.
Conforme o decreto, cabe ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) disciplinar o licenciamento da atividade de queima controlada. E a queima prescrita deve seguir as rotinas estabelecidas no Comunicado CICOE nº 01 de 15 de junho de 2022, do Centro Integrado de Coordenação Estadual.
Fonte: Jornal Midiamax