Covid-19: Em Manaus, 342 professores testam positivo 15 dias após retorno às aulas

Foto: Divulgação CPERS

Por conta dos números, o governo do Amazonas decidiu adiar o retorno do Ensino Fundamental

Após o retorno do Ensino Médio no estado do Amazonas, ao menos 342 professores(as) da capital, Manaus, testaram positivo para a Covid-19. O dado foi divulgado na última terça-feira (25) pela Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas.

Os testes foram realizados com 1,06 mil educadores(as) da cidade e 32,2% já foram contaminados(as).

Os educadores(as) reivindicam a suspensão total das aulas em defesa da vida. Segundo entidades sindicais como o Sinteam e a Asprom, ao menos 55 escolas já registram casos positivos.

Divulgação CPERS

 

Uma única escola estadual, a José Bernadino Lindoso, conta 27 trabalhadores(as) infectados. Desde a retomada, no dia 10 de agosto, as internações em UTIs destinadas à Covid-19 aumentaram em 38%.

Por conta dos números, o governo do Amazonas decidiu adiar o retorno do Ensino Fundamental, planejado para a última segunda-feira (24).

Estudos apontam que volta às aulas com segurança é impossível no atual momento da pandemia

Um estudo conduzido por pesquisadores de sete universidades de três países concluiu que, mesmo com todos os protocolos de segurança sendo seguidos, a volta às aulas em São Paulo causaria contaminação pela covid-19 em até 46,35% dos estudantes e professores após três meses. Isso considerando apenas estudantes dos ensinos fundamental e médio.

Em pesquisa realizada pelo CPERS, 92% das equipes diretivas respondentes afirmaram que a sua escola não tem recursos suficientes para investir em estrutura adequada e adquirir os EPIs necessários.

Já 81% afirmam que a escola não tem um número adequado de profissionais de limpeza para realizar a higienização necessária.

Dever de casa

O Sindicato reitera: a solução que o governo Eduardo Leite tenta construir é equivocada por princípio. É preciso lidar com a pandemia primeiro e, só então, debater um retorno às aulas seguro.

Eduardo Leite sequer foi capaz de fornecer EPIs adequados para as escolas estaduais que operam em regime de plantão para entregar atividades e realizar tarefas administrativas, levando à ocorrência de casos na comunidade escolar apesar da exposição reduzida.

As curvas não apresentaram uma redução expressiva, a dança das bandeiras perdeu o sentido e a transmissão comunitária permanece fora de controle.

“As autoridades precisam fazer o seu dever de casa. Nós, nossos estudantes e familiares não seremos cobaias.” conclui a nota do sindicato.

Fonte: CPERS

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