Covid deixou quase 3 mil crianças e adolescentes órfãos em Mato Grosso do Sul

Mato Grosso do Sul perdeu 11.355 vidas para a pandemia de covid-19. Porém, os órfãos são uma marca silenciosa desta crise sanitária que assolou o mundo. No Estado, 2.930 crianças e adolescentes perderam um ou os dois pais para a doença entre 2020 e 2021.

Estudo divulgado em outubro de 2025, produzido por pesquisadores brasileiros, estadunidenses e ingleses, mostra a dimensão do prejuízo à vida de crianças e adolescentes do país, ao ficarem órfãos após perderem os principais cuidadores para a covid-19. No Brasil, 149 mil perderam pai, mãe ou os dois.

No total, 10.300 pessoas, entre 0 e 17 anos, ficaram órfãs neste período em MS, e 28,5% das mortes de pais e mães foram causadas por covid-19. Além disso, 8.920 avós e outros cuidadores morreram, deixando um vazio em famílias sul-mato-grossenses de 2020 a 2021, sendo 2.070 (23,2%) deles por covid-19.

No total, 5 mil crianças e adolescentes de Mato Grosso do Sul vivem a dor de ter perdido seu cuidador para covid-19 – considerando pais, mães, avós e outras pessoas que desempenham este papel.

3ª maior orfandade

No Brasil, 149 mil crianças e adolescentes se tornaram órfãos e 135 mil perderam outro familiar cuidador, como os avós, totalizando 284 mil pessoas, entre 0 e 17 anos, lidando com a dor do luto de algum cuidador. O estudo também demonstra que a pandemia teve impactos diferentes em cada estado do país.

A taxa de órfãos por mil habitantes demonstra a relação entre o número de órfãos e a população de um território. Mato Grosso do Sul registra a terceira maior orfandade (3,8), atrás apenas de Mato Grosso (4,4) e Rondônia (4,3). Os menores números são de Rio Grande do Norte (2,0), Santa Catarina (1,6) e Pará (1,4).

“A orfandade e a morte de cuidadores podem ter consequências graves para as crianças. Dados oportunos e precisos podem orientar políticas, especialmente durante crises de saúde, como a [da] covid-19. Nossos resultados destacam a extensão da orfandade no Brasil e as grandes desigualdades entre os estados”, escrevem os 19 cientistas que assinam a pesquisa.

 

Fonte: Jornal Midiamax

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