Em meio aos debates da COP30, onde o principal tema é o aquecimento global, dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC ) trazem um pequeno alento. A temperatura média em 2025, pelo menos em Mato Grosso do Sul, está bem mais baixa que nos dois anos anteriores.
Em 2023 e 2024, as temperaturas médias em Mato Grosso do Sul foram as mais altas da história, com 25,7 e 26,1 graus, respectivamente, segundo o meteorologista Vinícius Sperling, do Cemtec. A temperatura média medida desde 1948 é de 24,6 graus.
Em 2025, conforme os dados relativos aos dez primeiros meses, a temperatura média foi de 24,66 graus em Mato Grosso do Sul, o que é praticamente um 1,5 grau abaixo daquilo que foi registrado ao longo de 2024.
Embora 1,5 grau pareça algo insignificante, o meteorologista lembra que esta diferença foi o suficiente para criar um ambiente propício para queimadas assustadoras no Pantanal, baixa histórica do Rio Paraguai e escassez de chuvas. Tudo isso foi provocado, segundo ele, por um El Niño de grande intensidade.
A partir do momento em que as temperaturas aumentam mais de 1,5 grau acima da média, ressalta o meteorologista, os sistemas naturais começam a entrar em colapso. “É o tal limite para frearmos as mudanças climáticas mundiais”, destaca ele. Ou seja, em 2024 o Estado enfrentou temperaturas literalmente alarmantes.
Segundo Vinícius Sperling, ainda faltam dois meses para acabar 2025, mas o período tradicional das fortes ondas de calor (agosto, setembro e outubro) já passou e por isso é bem provável que 2025 se caracterize como um ano de volta momentânea à normalidade das temperaturas.
Nos dez primeiros meses de 2024, por exemplo, a temperatura média já estava em 26,024 graus. Depois disso a média aumentou mais um pouco e fecho o ano em 26,1 graus.
O recuo deste ano, porém, está longe de significar que tenha havido uma interrupção na tendência de aumento da temperatura média em Mato Grosso do Sul. Em 1948, explica Vinícius, esta média histórica era de cerca de 24,2 graus e em 2024, por volta de 24,9 graus.
Apesar do alívio deste ano frente aos dois anos anteriores, o meteorologista destaca que nos últimos 25 anos, em 16 deles as temperaturas ficaram acima da média histórica. Em igual período (1985 até 2000) do final do século passado, foram apenas sete anos com calor acima da média.

Normalmente, segundo o meteorologista, as altas temperaturas também são acompanhadas por chuvas abaixo da média. Prova disso, é que em 2024 foram registrados apenas 780 milímetros, em média, em Campo Grande. Isso é 46% abaixo daquilo que é registrado historicamente, 1.455 milímetros. Em 2025, porém, apesar do alívio no calor, a chuva resiste em cair. Até agora, foram pouco menos de 800 milímetros.
Prova de que as temperaturas estão mais amenas neste ano que em 2024 é a redução no consumo de energia elétrica, uma vez que os aparelhos de ar condicionado são acionados por períodos menores de tempo.
Balanço dos nove primeiros meses da Energisa publicados na última sexta-feira (7) revelam queda de 7,8% no consumo de energia em 2025 na comparação com igual período do ano anterior. E isso ocorreu mesmo com aumento de 1,5% (18 mil) no número de clientes da empresa.
Matéria: Correio do Estado





















