Se na Escola Municipal de Tempo Integral Kamé Adania, no Bairro Nascente do Segredo, a volta às aulas teve direito à entrega de kits escolares e uniformes pela prefeita Adriane Lopes (Patriota), a realidade foi diferente em outras unidades da Reme (Rede Municipal de Ensino).
Alunos das escolas Professora Ione Catarina Gianotti Igydio, no Jardim Noroeste, e Nerone Maiolino, no Jardim Vida Nova, deixaram o primeiro dia letivo de mãos vazias. Acostumados, pais que conversaram com a reportagem disseram que nem esperavam ter o material e uniforme hoje. Só quem ainda tinha as camisetas e bermudas do ano passado, estava uniformizado.
Teve mãe que providenciou o próprio kit para não deixar a filha chegar sem nada na escola, como é o caso de Dayane Matos Ramires, de 31 anos. Ela comprou algumas cosas, já sabendo que sua menininha de 5 anos, aluna do 1º ano da Escola Municipal Maria Regina Vasconcelos Galvão, no Parque Novo Século, passaria “aperto” nos primeiros dias de aula se não tivesse o básico. “Achei os preços bem salgadinhos, mas comprei o essencial, para quebrar o galho”.
Jéssica Paes Gomes, 31 anos, mostrou que a filha, Sofia, de 7 anos, só não deixou o colégio de mãos abanando neste primeiro dia porque uma das professoras preparou cartão com chocolate de boas-vindas.
De acordo com a Semed (Secretaria Municipal de Educação), nas 205 unidades da Reme, sendo 99 escolas e 106 Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil), os 109 mil estudantes receberão kits e uniformes “de forma gradativa”. Até o fechamento da matéria, a secretaria não informou o motivo do material não ser entregue logo no primeiro dia de aula.
Segurança – A falta de luz em algumas das unidades da Reme também foi problema que marcou a volta às aulas nesta quarta-feira (8). Alunos do Noroeste passaram parte da manhã sem energia porque o conserto só foi terminado no meio do dia letivo.
Enquanto esperavam saída dos filhos da Escola Nerone Maiolino, mães comentavam sobre o fato da unidade ter ficado sem luz até ontem (7), após ter a fiação elétrica furtada. Para Thais Meiriãn, 27, mãe de aluno do 4º ano, a situação é retrato da escalada da criminalidade no Vida Nova. Ela confessa que chegou a pensar em mudar o filho de escola, mas soube só soube do furto quando as aulas já estavam para começar. “Aqui não tem segurança nenhuma, se alguém quiser entrar e levar ser filho, leva”. Para a mãe, o bairro e a escola precisam de reforço policial.
Merenda – Sem as preocupações dos adultos, crianças curtiram o primeiro dia de aulas. Além de rever os amigos, a merenda também foi motivo de elogios. “Eu comi tudo e repeti”, confessou Samuel, de 6 anos, aluno do 1º ano da Escola Ione Catarina. O menino revelou o cardápio desta manhã – arroz, feijão e carne moída.
O filho de Rose Freitas, de 45 anos, também adorou as primeiras atividades. “Foi legal, brincamos de massinha e brinquei com meus colegas”, completou Samuel.