Endividamento das famílias campo-grandenses tem queda de 10% em um ano

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que o número de famílias endividadas em Campo Grande caiu 10% em um ano. Em maio de 2021, 214.701 famílias tinham dívidas, já no mesmo mês de 2022, esse número caiu para 193.209.

O levantamento ainda mostra também que nesse mesmo período também houve queda no endividamento por contas em atraso. Em maio passado, esse índice era de 33,4%, sendo que em maio deste mês essa porcentagem é de 28,9%.

Também houve queda no número de famílias que não terão condições de pagar: em maio passado, era 15,5% das famílias, já em maio deste ano esse nível diminuiu para 12,2%.

O economista Eugênio Pavão afirmou que a queda de 10% no número de endividados não representa um crescimento real da economia, mas se dá pelo fato das pessoas buscarem o resgate do Fundo de Garantia, cortarem despesas e buscarem empregos autônomos.

“O crescimento econômico é bem incipiente. Na verdade é o retorno pós vacinação, com empregos autônomos, bicos e outras opções, junto com isso a redução das despesas forçadas e baixos investimentos. Para crescer precisamos de investimentos”, aponta.

A mesma pesquisa mostra que a queda no endividamento já vem pelo segundo mês consecutivo, uma vez que em abril deste ano o nível de endividamento estava em 61,8% e em maio esse percentual foi para 60,6%.

De acordo com o levantamento, são 193.209 famílias que tinham dívidas em maio , especialmente com cartões de crédito e carnês, que representam 70,4% e 20,9% das pessoas, respectivamente.

A terceira forma mais presente de dívida é o financiamento de casa, que atinge 15,5% das pessoas. A pesquisa ainda mostra que 28,9% têm contas em atraso e 12,2% não terão como pagar as dívidas.

“Qualquer redução é muito boa, mas é muito aquém do ideal. A renda não está mais comportando o gasto normal para sobreviver como aluguel, transporte, educação, alimentação”, explica Eugênio.

Ele ainda explica que os bancos contribuem ainda mais para esse índice tão baixo, já que diante da situação financeira delicada dos cidadãos oferecem as mais diversas linhas de crédito.

Além disso, o especialista ainda explica que uma pessoa endividada, em geral, tem vários tipos de dívidas e acaba não conseguindo arcar com nenhum dos compromissos financeiros que têm, criando uma bola de neve.

Outro ponto que está por trás desse baixo nível é a estagnação da renda sem aumento real no salário mínimo ou nos rendimentos dos trabalhadores. Dessa forma, os ganhos não acompanham os custos cada vez mais elevados pela inflação.

O economista ainda aconselha que, nos casos em que for possível, a pessoa pode cortar gastos e buscar formas de aumentar a renda para conseguir arcar com as dívidas.

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