Estudante morre após meningite ser confundida com covid-19

A adolescente Ellen da Rocha Posselt, de 17 anos, morreu na última sexta-feira (5) de meningite bacteriana, menos de uma semana após o surgimento dos sintomas. De acordo com a família da estudante, os médicos confundiram os sintomas da doença com os da Covid-19. As informações são da Revista Crescer.

O caso ocorreu em Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. Segundo a mãe da vítima, Andreia da Rocha, os profissionais de saúde sequer examinaram Ellen por conta da suspeita de Covid. “Ela ficou doente no sábado, dia 29 de janeiro. Na terça-feira, meu marido a levou em um posto de saúde aqui de Laranjeiras, mas eles nem tocaram nela. Não examinaram. Ficaram bem longe”, lembra.

Os médicos, então, solicitaram que a adolescente fizesse um teste para detectar a presença do novo coronavírus, mas Ellen não chegou a fazer o exame. Na quinta-feira (4), o estado de saúde da estudante piorou e a família decidiu levá-la ao hospital do município. “Foi quando descobrimos que se tratava de meningite”, disse a mãe à Crescer.

Na sexta-feira (5), menos de uma semana após o surgimento dos sintomas, Ellen não resistiu e acabou falecendo. “Foi muito rápido”, lamenta a mãe. “Quando meu marido a levou no posto de saúde, eles deveriam tê-la examinado. Com certeza, se tivessem feito isso, minha filha poderia ter sido salva. Ela não estava tão mal. Estava com um dedo roxinho, mas ainda caminhava. No entanto, ficaram o tempo todo mantendo distância dela, e ainda mandaram todos nós não sairmos de casa. Tudo para eles é covid agora”, disse, indignada.

À revista, Andreia e o marido, que tem outra filha de 11 anos, disse que pretendem entrar na justiça contra o município. O secretário de saúde do Laranjeiras do Sul, Valdecir Valick, confirmou que o atendimento à Ellen no posto de saúde foi considerado como sendo “suspeita de covid” e afirmou que a equipe continuou monitorando a menina de casa.

Questionado sobre a conduta do médico do posto de saúde, o secretário declarou que “não pode dizer que a conduta foi errada”. “Não tenho como me posicionar. Não questionamos o médico sobre isso”, argumentou.

Ainda segundo a mãe da vítima, Ellen tomou todas as vacinas obrigatória desde a infância, mas o imunizante contra a meningite B, que é opcinal e oferecido apenas na rede privada, ela não havia tomado.

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