Estudo encontra relação entre oscilações no colesterol e risco de demência

Foto: iSTock/Rasi Bhadramani

Pesquisadores alertam que, para adultos mais velhos, a estabilidade nos níveis pode ser chave para deter prejuízos à cognição

Um estudo recente alertou  que flutuações nos níveis de colesterol em idosos podem estar associadas a um aumento no risco de demência.

A pesquisa, conduzida por uma equipe internacional de cientistas, foi publicada no jornal científico da American Heart Association.

O estudo e seus resultados

A análise, que acompanhou mais de 11 mil participantes ao longo de 25 anos, concluiu que uma grande queda ou aumento nos níveis de colesterol em uma pessoa mais velha pode servir como um sinal de alerta precoce de potenciais problemas cognitivos e demência em estágio inicial.

No estudo, os participantes foram divididos em quatro grupos com base em quanto seu colesterol total e LDL variaram ao longo do período de três anos.

Após mais de cinco anos de acompanhamento, as pessoas com a maior variação no colesterol total tinham 60% mais probabilidade de desenvolver demência e 23% mais probabilidade de apresentar declínio cognitivo do que aquelas com a menor variabilidade.

Aquelas com a maior variabilidade no colesterol LDL tinham 48% mais probabilidade de desenvolver demência e 27% mais probabilidade de apresentar declínio cognitivo do que seus pares com a menor variabilidade.

O que explica a relação entre flutuação de colesterol e risco de demência?

Uma possível explicação, segundo os pesquisadores, é que flutuações significativas nos níveis de colesterol (total e LDL) podem desestabilizar a placa aterosclerótica, que é composta principalmente de colesterol LDL. Essa desestabilização da placa nas artérias pode aumentar o risco de crescimento da placa, ruptura e subsequente obstrução do fluxo sanguíneo para o cérebro.

Ressalvas

Os pesquisadores, no entanto, frisam que os achados não devem ser mal interpretados para sugerir que as pessoas evitem reduzir os níveis de colesterol que estão muito altos. Reduzir os níveis de colesterol é uma maneira bem estabelecida de reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

Também vale frisar que o estudo não conseguiu mostrar que as flutuações no colesterol causavam demência, apenas que as duas condições estavam relacionadas.

A equipe da pesquisa também reforça que são necessários estudos futuros que explorem o que está causando as flutuações de colesterol e se a demência começou a se desenvolver antes ou como resultado das mudanças no colesterol.

Fonte: Catraca Livre

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