Um dos presos no âmbito da Operação Nero, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), na manhã desta quinta-feira (29/12) é Átila Reginaldo Franco de Melo, 41 anos. O suspeito foi localizado no bairro de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. O extremista é suspeito de participar da tentativa de invasão ao edifício-sede da Polícia Federal, em 12 de dezembro e de praticar outros atos criminosos na mesma data pela capital federal, como a depredação à 5ª Delegacia de Polícia (área central), além de incêndios criminosos contra veículos e ônibus.
Átila Melo costuma publicar nas redes sociais mensagens de ódio ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Apesar de morar no Rio de Janeiro, costuma viajar com frequência a Brasília para participar de atos em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante os ataques realizados no centro da capital federal em 12 de dezembro, equipes do Metrópoles chegaram a flagrar Átila em meio aos vândalos.
Além de Átila, a coluna apurou que os investigadores prenderam a bolsonarista Klio Hirano. Nas mídias sociais, a mulher exibe uma série de publicações, vídeos e fotos no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e em encontro com outros autodenominados “patriotas”.
O terceiro detido é Joel Pires Santana, 40 anos, nascido em Cacoal (RO) e pastor evangélico. Ele foi detido em Rondônia e participa com frequência dos atos antidemocráticos em Brasília.
Já Ricardo Yukio Aoyama, 33 anos, não chegou a ser preso, mas sua casa, em Rondônia, foi alvo de busca e apreensão. No imóvel, os agentes encontraram uma pistola. Conforme investigação da PCDF e da PF, Ricardo teria sido o responsável por comprar combustíveis durante os atos de vandalismo em Brasília. No dia dos ataques, dezenas de veículos foram incendiados na região central da cidade. Nas redes sociais, Ricardo se apresenta como apoiador do presidente Bolsonaro.
Operação Nero
As equipes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e da Polícia Federal (PF) cumprem 32 mandados de busca e apreensão e de prisão expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além do DF, a Operação Nero é deflagrada simultaneamente em Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
As apurações contaram com métodos de inteligência policial, oitivas e análises de fotos e vídeos registrados no dia do ataque. Apesar das cenas de terror registradas no centro da capital federal, nenhum suspeito foi levado para a delegacia após os atos de vandalismo.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
Fonte: Metrópoles