Feminicídios em Mato Grosso do Sul aumentam e taxa no país é maior desde 2015

Dados do Anuário de Segurança divulgados nesta quinta-feira (24), mostram que os crimes de feminicídio no país aumentaram desde 2015, quando o crime passou a ser definido. Em Mato Grosso do Sul, 17 mulheres perderam a vida, vítimas de feminicídio em 2025.

Os dados do Anuário são de que em 2023, o percentual era de 57,7 já em 2025, os dados saltaram para 62,5, no Estado. A alta do crime é de 1º% em relação a 2023, no país.  A maioria das vítimas tinham entre 18 e 44 anos.

Os dados ainda mostram que 64% das vítimas eram mulheres negras, sendo que 64% das vítimas foram mortas dentro de casa. Em  Mato Grosso do Sul, de janeiro até julho, 17 mulheres foram vítimas de feminicídios.

Já em 2024, foram 35 mulheres vítimas de feminicídio no Estado, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado e Segurança Pública).

Já em relação ao número de medidas protetivas distruídas no Estado, dados do Anuário mostram uma queda eentre 2023 e 2024, de 86,2 para 85,2.

A Lei do Feminicídio, formalmente Lei nº 13.104/2015, foi sancionada em 9 de março de 2015 no Brasil. A lei altera o Código Penal para incluir o feminicídio como uma qualificadora do crime de homicídio, quando o crime é cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino. Além disso, a lei incluiu o feminicídio no rol dos crimes hediondos, com penas mais severas, de 12 a 30 anos de reclusão.

MS registra 17º feminicídio em 2025

Na noite de sexta-feira, Rose Antônio de Paula, de 41 anos, foi assassinada com um golpe de facão em uma quitinete em Costa Rica, norte do Estado, a 375 km da Capital. O suspeito do crime é o companheiro dela, Juliano Pinheiro de Oliveira, 40 anos.

Mulheres que costumavam tomar café da manhã com a vítima em um restaurante notaram sua ausência na manhã de sábado. Ao se aproximarem do imóvel, as mulheres perceberam marcas de sangue debaixo da porta. Ao entrar na casa, encontraram a amiga sem vida, caída no chão.

A PM (Polícia Militar) foi acionada para o local, mas o suspeito havia fugido em uma motocicleta, de cor vermelha. A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul procura Juliano. A corporação recebe denúncias anônimas pelo telefone (67) 3247-6500.

Juliano já havia ameaçado matar Rose. Em 2022, Rose mantinha um relacionamento com Juliano. No dia 31 de outubro, ela procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra ele. Na delegacia, Rose contou que foi agredida com socos no rosto.

Ela ainda relatou que a filha de 8 anos tentou defendê-la e acabou agredida por Juliano. O autor fez ameaças de morte a ela, “eu vou te matar”, mostrando um canivete para ela. Neste dia Juliano chegou a ser preso.

Feminicídios registrados em MS em 2025

  • Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
  • Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
  • Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
  • Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
  • Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
  • Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
  • Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
  • Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
  • Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
  • Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
  • Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucai) – 23 de maio
  • Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
  • Vanessa Eugênio Medeiros e a filha dela, Sophie Eugenia Borges (Campo Grande) – 28 de maio
  • Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho

 

Fonte: Jornal Midiamax

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