O satélite do Zoom Earth revela uma camada de fumaça cobrindo a região pantaneira de Mato Grosso do Sul, principalmente em Corumbá, a 417 quilômetros de Campo Grande, nesta quarta-feira (19). A fumaça é causada por incêndios florestais que já devastaram 240 mil hectares neste ano.
Conforme o monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), de terça-feira (18) até esta manhã, o Estado registrou 83 focos de calor, colocando-o em terceiro lugar no ranking nacional de maior registro das últimas 24 horas. A maior parte dos pontos de calor está registrada em Corumbá, Ladário e Aquidauana.
O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) explica que as imagens de satélite mostram uma fina camada de fumaça originada por incêndios florestais próximo a Corumbá. Nas regiões sudoeste e sudeste do Estado, há nebulosidade, mas não há associação com chuvas.
Conforme o meteorologista do Cemtec, Vinicius Sperling, a situação é preocupante. “Parece cenário de agosto em junho. A população precisa entender que a situação climática atual é extrema e não pode colocar fogo. Precisamos evitar a ignição”, descreve.
Tempo seco
Portanto, o Estado permanece em alerta de baixa umidade relativa do ar, o que favorece as ocorrências de queimada e risco à saúde. A previsão é de que os termômetros podem chegar a 36°C, associado a secura no ar, entre 15 e 35%.
Grande parte de Mato Grosso do Sul completa mais de 20 dias sem chuvas consideráveis. A última chuva teve registro no dia 24 de maio em Campo Grande.
Os ventos atuam de nordeste no estado de Mato Grosso do Sul, elevando a sensação de calor.
Pantanal tem 240 mil hectares queimados
O Pantanal já teve mais de 240 mil hectares queimados este ano e a destruição caminha para superar aquela vivida em 2020 – um dos piores anos para o bioma. Mapeamento feito pelo Ecoa a partir de imagens de satélite serve de alerta para a devastação deixada pelo fogo.
A paisagem cinza e os animais carbonizados ainda ecoam na mente do pantaneiro após o desastroso 2020 – com mais 4 milhões de hectares devastados. As indicações são de que 2024 pode ser ainda pior, segundo o Ecoa.
Fonte: Jornal Midiamax