Guardas civis de MS são alvos de operação contra corrupção, associação criminosa e comércio ilegal de armas

Equipes Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) cumprem mandados de prisão e busca e apreensão contra oito guardas municipais envolvidos em um esquema de corrupção na fronteira entre Brasil e Paraguai, na manhã desta terça-feira (27), em Ponta Porã (MS) – a 293 quilômetros de Campo Grande.

A polícia identificou que oito guardas municipais usavam de suas funções públicas para rotineiramente solicitar e auferir vantagens indevidas, na região de fronteira, de pessoas em situação ilegal, sobretudo de pequenos contrabandistas, em um quadro de corrupção sistêmica.

Na ação de hoje, o Gaeco contou com o apoio do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), no cumprimento de oito mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão nos imóveis dos investigados.

A ação faz parte da terceira fase da Operação Deviare, que em setembro do ano passado levou quatro servidores para a cadeia por desviarem armas do tráfico de drogas. Com a quebra do sigilo telefônico, as equipes constataram que os alvos tinham um grupo de WhatsApp chamado “Laranjas Podres” para conversarem sobre o esquema de corrupção.

Guardas civis são alvos de prisão em Ponta Porã — Foto: Mauro Almeida
Guardas civis são alvos de prisão em Ponta Porã — Foto: Mauro Almeida

Com a terceira fase da ação já são 26 guardas municipais de Ponta Porã alvos da Operação “Deviare”, todos por associação criminosa, peculato, comércio ilegal de armas de fogo e demais delitos correlatos.

O nome da operação faz alusão ao ato de desviar (em italiano), visto que a investigação do Gaeco se iniciou em razão do desvio de armas de fogo e munições por parte de guardas municipais em uma ocorrência de tráfico de drogas, em agosto de 2021.

Operação “Deviare”

A primeira fase da operação aconteceu no dia 15 de setembro de 2022 em Ponta Porã. Na ocasião, quatro guardas municipais foram presos por desviar fuzis, pistolas, revólveres e munição de um local de crime.

Foi constatado que um dos envolvidos mantinha um comércio ilegal na fronteira, comprava e revendia armas de fogo e munições de todos os tipos de calibre.

Operação Deviare em Ponta Porã — Foto: Reprodução
Operação Deviare em Ponta Porã — Foto: Reprodução

A segunda fase da operação ocorreu no dia 31 de janeiro deste ano, quando oito mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços dos investigados e na sede da corporação.

Naquela fase, o MP informou que os guardas são acusados de usar a função pública para obter vantagens, principalmente se apropriando de mercadorias ilegais trazidas do Paraguai por pequenos contrabandistas.

Fonte: G1 MS

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