Inaugurada por Lula, fábrica leva 2,5 mi de toneladas de celulose de MS ao mundo

Inaugurada oficialmente nesta quinta-feira (5) com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fábrica de celulose construída em Ribas do Rio Pardo, a 98 km de Campo Grande, leva 2,5 milhões de toneladas de celulose de Mato Grosso do Sul para o mundo. Num ato simbólico, totem indicativo da obra foi levado ao palco, sendo descerrado por Lula.

“É o maior investimento da Suzano em 100 anos de história. Leva 2,5 milhões de toneladas de celulose para o mundo todo, alimentando a bioeconomia global. O Projeto Cerrado empregou mais de 45 mil pessoas. Hoje, três mil colaboradores movimentam uma ampla rede de geração de renda, geração de dignidade para que as pessoas possam subir na cadeia da mobilidade social. Dar aos seus filhos mais do que receberam dos seus pais”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Suzano, David Feffer.

Ele destacou que empresa planta 1 milhão e 200 mil árvores por dia. “Nesse tempo que estou aqui falando, foram 1.500 árvores plantadas em cinco minutos. Elas capturam carbono. Fazem bem para o meio ambiente e bem para a sociedade. Emprega a mão de obra mais básica, que passa a ser treinada e desenvolvida”, diz Feffer.

Oficialmente, a maior fábrica de celulose em linha única de celulose do mundo entrou em operação no dia 21 de julho deste ano, após investimento de R$ 22,2 bilhões. A construção começou em 2021.

Beto Abreu, CEO da Suzano (diretor-executivo), afirmou que a fábrica é exemplo de industrialização. “Um exemplo concreto de economia sustentável e circular”, afirma. Abreu, ao se dirigir especificamente ao governador Eduardo Riedel (PSDB), pontuou que Mato Grosso do Sul vive o pleno emprego e tem maior capacidade de investimento no Brasil.

Durante o evento oficial, Paloma da Silva relatou que foi a primeira mulher contratada para equipe industrial da nova fábrica. Atualmente, ela é engenheira de produção sênior. Ao abrir seu discurso, Paloma destacou ser mãe, mulher e negra, numa referência aos desafios do mercado de trabalho diante do preconceito. “Hoje, somos mais de 100 mulheres no time industrial. Quero mostrar que essa jornada não é apenas possível, mas extraordinária”, afirma a funcionária.

Solenidade da inauguração da nova fábrica de celulose. (Foto: Marcos Maluf)

Da terra do boi ao eucalipto

As mudanças em Ribas do Rio Pardo foram rápidas. Em poucos meses a cidade testemunhou alta no preço dos imóveis, terrenos e mudança na matriz econômica, anteriormente vinculada à pecuária. Tanto que o monumento de um boi é o atrativo na entrada da área urbana. Em 2021, quando começou a obra, Ribas viu surgir o primeiro prédio na paisagem, isso apesar de contar naquele ano com mais de sete décadas de história.

A exemplo estadual, o primeiro indutor do crescimento no município foi o trem, com a inauguração da estação local no ano de 1914. Naqueles idos, as mudanças chegavam, mas em ritmo mais lento. No ano seguinte, em 1915, foi criado o distrito policial. Passados três anos, veio a primeira escola. Formado por terras de Campo Grande e Três Lagoas, o atual município de Ribas do Rio Pardo foi instalado em 19 de março de 1944.

Entre o fim da década de 70 e começo da de 80, política de incentivo fiscal estimulou o plantio de eucalipto em Ribas, mas o setor entrou em declínio. Depois, Minas Gerais, dona de grande polo siderúrgico no Brasil, descobriu Ribas do Rio Pardo para fazer carvão. Neste triste capítulo, nos anos 90, ganharam destaque a situação degradante das carvoarias e o trabalho infantil. As carvoarias avançaram sobre a madeira, que hoje, atrai a fábrica de celulose.

Ficha técnica da fábrica em Ribas do Rio Pardo:

  • Investimento: R$ 22,2 bilhões (R$ 15,9 bilhões no complexo industrial e R$ 6,3 bilhões relativos a investimentos florestais e logísticos).
  • Tamanho da planta: 4,5 milhões de metros quadrados.
  • Número de trabalhadores durante o pico das obras: mais de 10 mil.
  • Número de colaboradores com a fábrica em operação: 3 mil entre próprios e terceiros.

Capacidade de produção: 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto ao ano.

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

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