Indígenas são feridos em confronto com a PM durante tentativa de ocupação de fazenda em Antônio João

Pelo menos dois indígenas da comunidade Nhanderu Marangatu foram feridos durante um confronto com policiais militares, no fim da tarde desta quinta-feira (12), durante uma tentativa de ocupação da Fazenda Barra, em Antônio João, a 319 quilômetros de Campo Grande.

Um vídeo divulgado no perfil da Aty Guasu, no Instagram, mostra indígenas e agentes da Força Nacional discutindo. Nas imagens é possível ver um indígena baleado na perna e outro com um ferimento no peito; ambos foram hospitalizados.

Segundo o tenente-coronel Edson Guardiano, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (responsável por Antônio João, Ponta Porã e Aral Moreira), o conflito ocorreu quando policiais militares impediram um grupo de 20 indígenas de entrar e ocupar a sede da propriedade privada, que fica na fronteira com o Paraguai.

Ainda de acordo com a PM, os indígenas teriam ateado fogo na ponte que dá acesso à propriedade para evitar a passagem dos agentes. Ao tentar controlar as chamas, os policiais teriam sido atacados com flechas, facões e pedras. Responderam usando munição não letal (balas de borracha) e escudos contra os indígenas.

Após o conflito, equipes da Força Nacional foram acionadas e realizaram o socorro dos indígenas. O local também recebeu reforços do Batalhão de Choque de Campo Grande, além de equipes da Força Tática da região. Nesta sexta-feira (13), equipes trabalhão na reconstrução da ponte que foi queimada.

Em razão da situação, a Justiça Federal publicou uma liminar que determina a presença da Polícia Militar no local disputado por produtores rurais e indígenas que reivindicam a posse da área como parte do Território Nhanderu Marangatu.

Missão em Douradina

Nesta sexta-feira (13), uma missão composta por representantes de entidades e parlamentares ligados aos direitos humanos foi até a região conhecida como Panambi-lagoa Rica, em Douradina, região recentemente marcada por conflito entre fazendeiros e indígenas da etnia Guarani Kaiowá//

A missão foi composta por 30 representantes de diferentes entidades e parlamentares. O objetivo é prestar apoio aos povos indígenas, ouvir demandas das comunidades na tentativa de combater o aumento da violência, como ameaças, agressão e incêndios criminosos.

Fonte: G1 MS

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