Nove cidades de Mato Grosso do Sul concentração investimentos da ordem de R$ 90 bilhões na indústria até 2030, confirmando a tendência do Estado em ampliar a presença do setor na economia e geração de empregos, com previsão de 11 mil vagas nestes municípios. São empreendimentos em ampliação ou instalação em setores de mineração, celulose, carne e combustíveis, apontados em balanço divulgado esta manhã pela Fiems (Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul). O Estado tem a indústria de transformação liderando no crescimento no Brasil.
As cidades são da região leste, onde é marcante a expansão das florestas de eucalipto e fábricas de celulose (4 já instaladas, uma em obras e outra confirmada), nas cidades de Inocência e Água Clara, para o total de investimentos anunciados; Corumbá com destaque na mineração (ferro e manganês); Rio Brilhante, Naviraí, Dourados, Bataguassu e Mundo Novo com biocombustíveis e processamento de carnes; e Três Lagoas, com a expectativa da retomada da fábrica de fertilizantes pela Petrobrás, a UFNIII. Fábrica para processar amendoim e aviários com alta tecnologia constam entre os empreendimentos.
Os números da indústria e seu impacto na economia foram apresentados pela federação em um balanço em uma entrevista coletiva por técnicos da Fiems, o presidente da entidade, Sérgio Longen, com a presença do governador Eduardo Riedel (PSDB) e o titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck.
A ampliação da indústria é uma aposta do Governo para agregar valor aos produtos in natura, como soja, milho e carnes, determinantes no balanço das exportações. A celulose chegou a desbancar a soja no topo da balança comercial. O PIB (Produto Interno Bruto) do setor tem crescido ano a ano, com R$ 166,4 bilhões em 2022, 8,3% a mais em 2023, chegando a R$ 197,1 bilhões neste ano (+ 9,3%) e projeções de aumento de 8,5%, 7,9% e 7,3% nos próximos três anos, com previsão de R$ 247,5 bilhões em 2027.
Os produtos industrializados no Estado chegam a 150 países, ficando MS em nona posição entre os estados nas exportações. O total de empresas ativas é de 7,9 mil.
Orçamento da Capital
Com a segunda maior presença na geração de empregos, atrás de serviços (39%), a indústria emprega 24%, somando 160,9 mil pessoas. Na sequência estão comércio (155,8 mil pessoas) e o agro- com 14% (98,6 mil pessoas).
É uma massa salarial que recebe R$ 6,4 bilhões ao ano, valor próximo ao orçamento anual de Campo Grande, comparou o economista da Fiems, Ezequiel Resende, ao divulgar os dados esta manhã. Esse valor é 8% superior ao pago em salários no ano passado.
Com 160,5 mil pessoas no setor, a projeção é que ano que vem a indústria tenha incremento de quase cinco mil vagas.
Campeões de empregos
O setor da indústria que mais emprega no Estado é o frigorífico, com com 38 mil pessoas em aproximadamente 130 empresas, seguido pela indústria da construção civil, 31 mil pessoas . Em açúcar e combustíveis são 22 mil nas usinas: depois fábricas dos setores metal e mecânica, alimentos e bebidas; depois vem a celulose, com a inclusão somente de quem atua nas fábricas, sem considerar o trabalho no cultivo do eucalipto. No caso da cana, se contassem o trabalho na fábrica e na lavoura, o número de empregados chega a 30 mil, no caso da celulose, se considerada a atuação no plantio de eucalipto, o numero chegaria a 22 mil pessoas. Os dados são referentes ao mês de outubro.
Matéria: Campo Grande News