O julgamento que começou às 8h de ontem (25) só terminou às 3h desta madrugada (26). O grupo de 9 pessoas foi julgado no Tribunal do Júri em Campo Grande pelo assassinato da jovem Laila Cristiane de Arruda, de 19 anos, ocorrida em 31 de maio de 2018. Após cerca de 19 horas de sessão, o conselho de sentença condenou os réus a um total de 257 anos e 8 meses de reclusão em regime fechado.
Ambos foram condenados por homicídio triplamente qualificado, por organização criminosa e por corrupção de menores. A sessão foi presidida pelo juiz titular da vara, Carlos Alberto Garcete de Almeida.
Rodrigo França e Maycon Douglas Almeida Gonçalves da Silva foram condenados cada um a 25 anos de reclusão. Alexandro Silva dos Santos e Odimar dos Santos pegaram cada, 26 anos de reclusão. Uanderson Ferreira Ananias, Gelson da Silva e Matheus do Nascimento Silva foram condenados cada um a 34 anos e 4 meses de reclusão. Victor Hugo Lopes da Cruz recebeu pena de 24 anos de reclusão e João Paulo da Silva a 28 anos e 8 meses de reclusão.
Os 9 réus foram condenados também ao pagamento de 10 dias multa cada. Os réus acompanharam os trabalhos em plenário ao lado, com transmissão ao vivo. Um a um, eles foram levados à presença do juiz para serem interrogados. Segundo o Tribunal de Justiça, durante a votação, os jurados apreciaram um total de 168 quesitos.
Com exceção dos três adolescentes apontados de envolvimento no crime, a ação penal que tramitou na 1ª Vara do Júri contou com 10 réus: 9 homens e uma mulher, porém o advogado dela não compareceu, alegando problemas de saúde. Por isso o julgamento da ré foi adiado.
O Caso
De acordo com a denúncia, no dia 31 de maio de 2018, no período da tarde, os acusados, juntamente com três adolescentes, mataram por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, a jovem Laila, apontada como garota de programa que estava há pouco tempo em Campo Grande.
Segundo as investigações policiais, ela possuía ligação com alguns integrantes de uma facção rival (Comando Vermelho) à dos envolvidos no crime (PCC), motivo pelo qual vinha recebendo ameaças. Incomodado com a conduta da vítima, um dos acusados determinou que ela fosse submetida a “julgamento” pela facção.
Ela foi mantida sob o domínio dos autores até ser executada num canavial localizado na BR-163, zona rural de Campo Grande. No local, após amarrarem a vítima e ordenarem que ela dissesse palavras de ameaça à facção rival, a vítima foi decapitada com golpes de facão. As cenas foram gravadas e as imagens compartilhadas em um aplicativo de celular.
Fonte: Campo Grande News