Diante da convocação nacional, que anuncia uma “Mega manifestação pela retomada do poder”, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul já confirmou que está preparadno um “esquema especial”, uma vez que as cenas de destruição geradas no último domingo, na Capital Federal, trouxe apreensão de possíveis novos atos antidemocráticos.
Na manhã desta quarta-feira (11), o Tenente Augusto Regalo confirmou que “todo efetivo da Capital [Campo Grande]” será envolvido nesse esquema especial.
Vale apontar que, marcado para as 18h nos Altos da Avenida Afonso Pena, esse ato antidemocrático teve convocação nacional e os organizadores esperam reunir apoiadores em todas as capitais do País.
Chefe da assessoria de comunicação social da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul, o tenente-coronel Regalo fez questão de ressaltar que a PM está ciente dessa manifestação e, portanto, deverá estar presente no local.
Importante ressaltar que, contatada pela equipe do Correio do Estado, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) preferiu não se manifestar, afirmando apenas que o controle e operação em cima do ato ficam por conta da Polícia Militar.
MS nos atos antidemocráticos
Com Mato Grosso do Sul sendo considerado um “reduto” para aqueles que são contra o resultado das eleições, sejam eles bolsonaristas ou não, houve inclusive ônibus fretado saindo do Estado, ainda no último sábado (7), com destino à Brasília.
Como neste momento pós vandalismo, agora os poderes responsáveis procuram pelos financiadores destes atos antidemocráticos, uma vez que só para essa viagem de sul-mato-grossenses até a Capital Federal, foi desembolsada a quantia de R$ 27 mil, conforme apuração do Correio do Estado.
Também, diversos moradores do Estado estão entre os presos e detidos que se envolveram na destruição, durante ataque à Praça dos Três Poderes.
Entre os acusados encontram-se Djalma Salvino dos Reis, de Itaporã, e William Henrique, ex-militar de MS que chegou a fugir dos policiais e escapou de ser preso.
Além deles, também ganhou notoriedade nacional o campo-grandense preso que, segundo depoimento, viajou até Brasília estando desempregado, confirmando que as três vezes em que esteve na Capital federal foi de formam financiada, ficando alojado no “QG de Brasília”.
Vandalismo golpista
Depedração de obras de arte, destruição de símbolos pátrios e cenas lamentáveis de violência foram presenciadas no último domingo (08), em Brasília.
Passadas as cenas de horror, a Agência Brasil listou as principais obras danificadas no Planalto. Confira:
No térreo:
- Pintura Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — o quadro, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
- Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No 2º andar:
- O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.
No 3º andar:
- Obra As Mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até cinco vezes maior em leilões.
- Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
- Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
- Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
- Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
- Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
- Segundo o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas ele estima como “muito difícil” a restauração do relógio do século 17.
Fonte: Correio do Estado