Teve início na última sexta-feira (3) o plantio oficial da safra de soja 2025/2026 em Mato Grosso do Sul. A nova temporada começa com projeções recordes: a área cultivada deve atingir 4,79 milhões de hectares, um aumento de 5,9% em relação ao ciclo anterior, e a produção estimada é de 15,2 milhões de toneladas, crescimento de 8,1%. A produtividade média esperada também subiu, chegando a 52,8 sacas por hectare, alta de 2%.
O início da safra foi marcado pela 14ª edição da Abertura Nacional do Plantio de Soja, promovida pelo Projeto Soja Brasil, iniciativa da Aprosoja Brasil. O evento, realizado na Fazenda Recanto, em Sidrolândia, reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, entre produtores rurais, autoridades, representantes de entidades do setor, pesquisadores e estudantes.
Durante o evento, o secretário em exercício da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, foi palestrante no painel “Biocombustíveis – Economia Verde e Oportunidades para o Produtor”, que contou com a participação do presidente da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), Donizete Tokarski. Em sua fala, Falcette ressaltou o papel estratégico do agronegócio sul-mato-grossense na transição energética e na sustentabilidade.
“Gostaria de destacar aos produtores rurais a relevância da discussão em torno de nossos produtos, que representam uma tendência global com impactos locais e irreversíveis. O exemplo do etanol de milho é emblemático: hoje, mais de 20 milhões de metros cúbicos são produzidos no Brasil, sendo que metade já provém do milho. Há apenas cinco anos, essa produção era inexistente. Esse movimento mostra a importância estratégica do tema”, afirmou.
Ele destacou ainda que os produtores precisam ampliar a visão sobre o tema.
“Preocupações como a qualidade do diesel ou o impacto imediato do biodiesel são válidas, mas secundárias diante da dimensão estratégica dos biocombustíveis. O agronegócio brasileiro tem condições de liderar esse processo de transformação, reafirmando sua relevância global”, completou.

Falcette também abordou a importância da segurança jurídica para o setor.
“Muitas vezes, nossos desafios não estão ligados a derrotas específicas em pautas, mas à ausência de marcos legais que deem estabilidade ao setor. Por isso, é fundamental o trabalho da bancada ruralista e a mobilização das associações de produtores para acompanhar de perto essas discussões”, disse.
Ele defendeu uma participação mais ativa do setor produtivo nos debates nacionais.
“Se nos mantivermos distantes, seremos apenas espectadores. O Brasil é protagonista nas questões de segurança alimentar e transição energética, e qualquer discussão mundial sobre produção de alimentos e energia passará por nosso país. Tenho convicção de que Mato Grosso do Sul terá papel de destaque nesse cenário”, concluiu.
Matéria: Campo Grande News