Menina de MS passa a ser 1º caso provável de hepatite desconhecida no Brasil

Foto: Hospital Regional de Ponta Porã Dr. José de Simone Netto

Foram descartados dois casos suspeitos de hepatite de causa desconhecida em Campo Grande. Uma menina de 16 anos passou a ser o primeiro caso provável no Brasil, uma definição do Ministério da Saúde para situações em que exames deram negativo para hepatites A, B, C, D e E. A pedido da família, a garota foi liberada do Hospital Regional da cidade e está em casa, em Ponta Porã, a 313 quilômetros da Capital.

A adolescente aguarda resultados de exames, que estão em análise pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, e é monitorada pelas equipes de Vigilância em Saúde e de Assistência do município e do Estado, conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul).

A menina teve febre, mal-estar, náuseas e ficou com coloração amarela na pele e olhos e deu entrada no hospital no dia 10 de maio.  Foram realizados exames para hepatites A, B, C, D e E; dengue; zika; chikungunya e febre amarela e todos os resultados foram negativos.  Ela não é portadora de doenças metabólicas e imagens de ultrassonografia descartaram doença pulmonar que obstrui as vias aéreas.

Desde o início das suspeitas, MS teve cinco casos notificados e quatro foram descartados. Dois deles eram de pacientes com dengue, cujo município não foi divulgado, e os outros dois eram pacientes de 14 e 10 anos da Capital.

Brasil 

Conforme o último boletim do Ministério da Saúde, de segunda-feira (30), foram notificados 94 casos no País. Desses, 21 foram descartados, 72 estão em investigação e um é provável, o caso de Ponta Porã.

Hepatite

Os tipos de hepatite já conhecidos pela medicina causam inflamação do fígado por vários motivos, principalmente por infecções pelos vírus tipo A, B e C e abuso no consumo de bebidas alcoólicas ou outras substâncias tóxicas, como alguns remédios.

A hepatite A é transmitida por água e alimentos contaminados ou de uma pessoa para outra. Os vírus da hepatite tipo B (HBV) e tipo C (HCV) são transmitidos  por meio do sangue. O vírus da hepatite B pode ser passado pelo contato sexual.

Segundo o Ministério da Saúde, não existe tratamento para a forma aguda da doença. Há apenas medicação para sintomas como náuseas e vômitos e é recomendado repouso.

Hepatite misteriosa

A hepatite aguda grave de etiologia desconhecida já causou, pelo menos, seis mortes no mundo e ainda é um mistério. Os primeiros casos foram detectados no Reino Unido, em abril deste ano.

O Ministério da Saúde criou definições para identificação da doença. Quem sente sintomas deve procurar a UBS (Unidade Básica de Saúde), onde os profissionais seguem o protocolo do ministério.

Os casos são considerados suspeitos quando crianças e adolescentes com menos de 17 anos têm sinais e sintomas de hepatite aguda, que são mialgia, náusea, vômito, letargia, fadiga, febre, dor abdominal, diarreia, icterícia. Em casos graves, há insuficiência hepática aguda com encefalopatia. Nesses casos já se sabe que o paciente não tem hepatites A-C e manifestação clínica de doença metabólica, herdada ou genética, congênita ou por causa obstrutiva e não tem zika; chikungunya e febre amarela.

Também são casos suspeitos os de pacientes com  hepatite aguda que evoluíram para hepatite fulminante sem etiologia conhecida e necessidade de transplante de fígado no período de 01 de outubro de 2021 a 20 de abril de 2022, conforme a Comunicação de Risco de hepatite desconhecida da SES.

O caso se torna provável quando o paciente testa negativo para todos os tipos de hepatite conhecidos e doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos.

A secretaria classifica como contato de caso provável pacientes de qualquer idade que seja um contato próximo de um outro caso provável desde 20 de abril de 2022 e esteja com hepatite aguda, que não estão com hepatite A-E, nem manifestação clínica esperada de doença metabólica, herdada ou genética, congênita ou pulmonar que obstrui as vias aéreas e também não tem doenças causadas por vírus, como dengue; zika; chikungunya e febre amarela.

 

Fonte: Campo Grande News

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