Menino de um ano é internado com suspeita de febre maculosa em Campo Grande

Foto: Carrapato-estrela, transmissor da bactéria causadora da Febre Maculosa. Foto: Jerry Kirkhart/Wikimedia

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande), investiga um caso suspeito de febre maculosa em um menino de um ano de idade, morador da Capital. A informação foi confirmada pela pasta, nesta segunda-feira (19).

A criança está internada em um hospital de Campo Grande e amostras foram encaminhadas para análise no Lacen (Laboratório Central).

De acordo com a Sesau, a criança teve contato com animais domésticos na área urbana e rural quando viajou para Guia Lopes da Laguna, distante a 232 km de Campo Grande.

Mesmo sem apresentar picada de carrapato, a criança teve febre, náuseas e prostração, o que levou os médicos a fazer a notificação à Sesau.

O carrapato-estrela é o transmissor da doença que matou quatro pessoas que estiveram em uma festa na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP). O local foi fechado por 30 dias para evento.

Já em Mato Grosso do Sul, a última vez que uma pessoa morreu por febre maculosa foi em 2018. Entre 2012 e 2022, 55 casos foram notificados e 6 confirmados para a doença.

Em nota, a Sesau afirma que o caso é considerado suspeito por conta do histórico, porém, “sem sinais claros que o enquadre como caso provável”, diz a pasta.

Ainda conforme a secretaria, vários exames foram realizados para haver um diagnóstico mais preciso do quadro clínico do menino.

Em Campo Grande, foram registrados seis casos confirmados da doença no período entre 2012 a 2022, sendo o último registro em 2018. Não foram registrados óbitos, reforça a Sesau.

O que é a Febre Maculosa?

A Febre Maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda de gravidade variável, podendo apresentar formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de mortalidade.

São as grandes chances de óbitos que causam maior preocupação entre especialista sobre um possível surto da doença. Para o doutor em biologia molecular, Renato Andreotti, também pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), cerca de 40% dos diagnósticos positivos da doença resultam em morte.

“Isso os que foram diagnosticados, alguns só descobrem a doença após a morte”, comentou o pesquisador. “O agente é de baixa circulação, mas de alta virulência, tendo uma evolução rápida, podendo levar à morte”, complementou.

Isso ocorre, pois os sintomas da Febre Maculosa possuem grande semelhança com a Dengue. Entre eles estão:

  • Febre
  • Náusea e vômito
  • Mialgia (dor muscular)
  • Exantema máculo-papular, petéquia, equimoses (manchas avermelhadas) e hemorragias
  • Diarreias (menos comum)

“Se a pessoa não avisar ao médico que foi picada por um carrapato, o profissional pode pensar se tratar de um caso de dengue”, complementa Andreotti.

Fui picado por um carrapato, o que fazer?

Antes de entender quais os procedimentos em casos de picadas de um carrapato, é importante saber como evitar que os parasitas tenham contato com nossa pele.

Conforme a Embrapa, alguns cuidados podem ser tomados ao frequentar locais com maior probabilidade de carrapatos, como parques, áreas rurais e beiras de rios.

Confira as dicas:

  • Usar roupas com mangas longas, botas e calça comprida (com a parte inferior colocada para dentro das meias)
  • Utilizar roupas claras (para facilitar a visualização de carrapatos)
  • Após utilização, colocar as roupas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
  • Ao encontrar um carrapato no corpo, retirá-lo o mais rápido possível com uso de uma pinça, para que seu conteúdo não seja inserido no nosso corpo ou seus ‘dentes’ não fiquem grudados na pele (veja na imagem abaixo).
  • Após retirar o carrapato, colocá-lo em um frasco com álcool 70% nunca esmagar o carrapato entre as unhas para evitar contaminação.
  • Caso a pessoa apresente os sintomas da Febre Maculosa, procurar um médico e informá-lo sobre o contato com o carrapato.

Outras informações sobre a Febre Maculosa podem ser encontradas no site do museu do carrapato, clique aqui.

 

Fonte: Jornal Midiamax

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