Menos bebês e mães mais velhas: IBGE aponta mudanças no perfil das famílias em MS

Mato Grosso do Sul segue uma tendência de queda no número de nascimentos. Além de optarem por ter menos filhos, as mulheres também têm adiado a maternidade. No Estado, a idade média das mães é de aproximadamente 27,5 anos, com maior concentração de partos na faixa de 25 a 29 anos. Há ainda um crescimento gradual, embora ainda tímido, dos nascimentos entre mulheres acima dos 35 anos.

O Estado acompanhou o cenário nacional, que teve uma redução de 5,8% nos nascimentos em 2024, conforme apontam os dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (10).

MS registrou mais de 39 mil nascimentos

O levantamento mostra que Mato Grosso do Sul contabilizou 39.057 nascimentos em 2024, sendo pouco mais de 11.326 somente em Campo Grande. O número, contudo, é inferior aos 41.702 registros de 2023. Os dados representam uma queda de 6% em um ano. Desde 2020, quando foram contabilizados 43.072 nascimentos, o volume vem diminuindo gradualmente, enquanto a idade das mães está cada vez mais próxima aos 27 anos.

Em todo o país, o IBGE contabilizou 2.442.726 registros de nascimentos em 2024, dos quais 2.376.901 ocorreram no próprio ano. O número representa uma queda em relação aos nascimentos de 2023, com menos 146.366 crianças.

Esses nascimentos foram registrados até o primeiro trimestre de 2025, sendo o sexto recuo consecutivo na série histórica, iniciada em 1974. Já os outros 65.825 registros de nascimentos realizados em 2024 são de nascimentos ocorridos em anos anteriores a 2024 ou com o ano de nascimento ignorado.

Perfil dos recém-nascidos

Entre os bebês registrados em Mato Grosso do Sul no ano passado, 20.202 eram meninos e 18.850 meninas. Outros cinco registros não tiveram o gênero informado. Assim como no restante do país, o Estado também apresenta mudanças significativas no perfil das mães.

Embora o número de nascimentos gerados por adolescentes continue em queda, essa faixa etária ainda representa parcela relevante dos registros. No ano passado, 5.163 bebês sul-mato-grossenses nasceram de mães com até 19 anos — quase 13% do total. Desses, 267 partos ocorreram em meninas com menos de 15 anos.

A maior concentração de nascimentos abrange pessoas de 25 a 29 anos, com 9.903 registros. Na sequência, aparecem as faixas de 20 a 24 anos (9.304), 30 a 35 anos (7.925) e 15 a 19 anos (4.896).

Em MS, 15 mulheres tiveram filhos após os 50 anos

A partir dos 35 anos, há uma queda expressiva nos registros. Em 2024, foram contabilizados 4.561 nascimentos de mães entre 35 e 39 anos; 1.270 entre 40 e 44 anos; e 81 de mulheres entre 44 e 49 anos. Além disso, 15 mulheres tiveram filhos após os 50 anos no Estado.

A tendência de queda abrange principalmente o grupo de mães jovens, em 2024, 267.446 brasileiros nasceram de mães com até 19 anos, proporção cada vez menor nas últimas duas décadas. Os nascimentos de mães com até 19 anos caiu de 20,8% em 2004 para 11,3% em 2024, segundo o IBGE.

MS bate recorde de partos de trigêmeos

Os dados do Registro Civil mostram ainda distribuição de nascidos por parto em MS. A ampla maioria das gestações resultou em apenas um bebê, 36.893 registros em 2024.

Partos de gêmeos somaram 901 casos, enquanto os de trigêmeos ou mais foram 15, maior percentual desde 2020. Em anos anteriores, o padrão se repete, sempre com predominância de partos únicos, mas com uma alta gradativa no número de partos gemelares.

Ao filtrar pelo local de nascimento dos bebês, os dados mostram que a maioria ocorreu em hospitais, embora com queda ao longo dos anos. São 41.668 registros em 2020 e 37.488 no ano passado. Já os partos realizados em domicílio somaram 117 registros em 2024. Os nascimentos em outros locais tiveram uma oscilação mais significativa, passando de 44 em 2020 para 200 no último ano.

Mudança geracional e maternidade tardia

Um dos destaques do estudo é a mudança no perfil etário das mães. No Brasil, 34,6% dos nascimentos em 2024 foram de mulheres com até 24 anos, índice muito menor que os 51,7% registrados em 2004.

A Região Centro-Oeste, onde está Mato Grosso do Sul, apresentou a maior queda nesse indicador, 55,1% para 35,1%. O cenário indica o avanço da maternidade tardia, influenciada por fatores como maior presença feminina no mercado de trabalho, ampliação do acesso à educação e instabilidade econômica, que adia decisões sobre a formação de família.

Os dados mostram ainda que, no país, 22.290 nascimentos em 2024 foram de mães estrangeiras residentes no Brasil, ou seja, 0,9% do total. A maioria era natural da Venezuela (32,4%), seguida por Bolívia (18,8%) e Paraguai (9,9%).

Em 2024, 88,5% dos registros de nascimentos gerados por mães residentes no país foram realizados no prazo de até 15 dias e 98,9% em até 90 dias. As áreas com mais de 20% dos registros realizados após os 90 dias estão concentradas em 11 municípios, sendo 7 deles na Região Norte.

 

Fonte: Jornal Midiamax

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