Após trabalho investigativo da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) e da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), um homem foi preso em flagrante nesta segunda-feira (8) com ‘mel fake’ no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Anhanduí.
O carro, uma Pampa, cujo motorista era o genro do autor, foi apreendido. A polícia apreendeu também, rótulos, tampas, e garrafas.
O trabalho investigativo da polícia e Perícia, constatou que o produto tem tudo, menos mel. Os ingredientes incluem glucose, produtos químicos, inclusive cancerígenos, até desinfetante e essência de mel, conforme constatado em laudo.
Conforme a polícia, o homem lucrava R$ 25 mil por semana vendendo mil litros a R$ 25. Ele nunca havia sido preso, porém teve outras duas cargas apreendidas em situações diferentes.
Segundo a polícia, o autor agia há anos. Inclusive, dois anos atrás houve um inquérito que tramitou em Dourados, na época foi apreendido fogão e outros materiais usados na fabricação. A investigação continua sob a suspeita de envolvimento de mais pessoas.
Assim como o autor, os comerciantes também serão autuados por comercializar produto impróprio para consumo.
A polícia encontrou este produto em Maracaju, Bandeirantes, Dourados e Aral Moreira, por exemplo. Em Campo Grande foi encontrado em um estabelecimento próximo da rotatória da Avenida Tamandaré.
De acordo com as investigações, ele utilizava HMF, que é hidroximetilfurfural, um dos componentes químicos de degradação mais comum, que indica o envelhecimento do produto. Se consumido em grande quantidade é possível causar câncer.
Conforme apurado pela reportagem, a quantidade ideal para mel, por exemplo, é de no máximo 60 mg por quilo e no mel fake foi encontrado índice de 430.81mg por quilo, o que é extremamente alto, consequentemente, fora do padrão. Pode ser prejudicial para o fígado, para o rim e sistema nervoso central.
Foi constatado ainda um valor muito alto de HMF, indicando que o produto foi aquecido para poder facilitar a diluição desses ingredientes que foi adicionado e essa HMF é proibida pelo decreto federal 9.013 de 2017, que é o RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal). Também foi encontrado reação positiva demonstrando que houve realmente esse superaquecimento da substância, confirmando a inclusão desses açúcares desse xarope, pelas temperaturas muito altas.
Havia também inclusão de amido ou xarope de açúcar também na substância, na formulação dos produtos. Em laudo da perícia foi encontrado até desinfetante de eucalipto.
A amostra foi feita laboratorialmente e reprovada. O homem por várias vezes colocou o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal) na rotulagem, mas foi constatado que eram falsificados. Foi consultado o serviço de inspeção federal e são rótulos que não são aprovados pelo SIF.
Ele, inclusive, utilizava SIF existentes, mas de outras atividades, como por exemplo de fábrica de ração, de um abatedouro de peixe, ou até mesmo de um entreposto de mel de outro estado, mas a rotulagem está totalmente fora dos padrões da digitação vigente.
Então o com base em toda a situação os produtos foram considerados impróprios para o consumo humano. Foi encontrado fraudes no produto e na rotulagem.
Os produtos são apreendidos e descartados. Agora a Vigilância Sanitária Estadual será informada para que os produtos que forem encontrados à venda, no mercado, tem de ser retirados pela Vigilância Sanitária Municipal.
Fonte: Jornal Midiamax