Milho em MS registra 3ª pior safra em 10 anos e perdas ultrapassam R$ 9 bilhões

O boletim Casa Rural divulgado nesta terça-feira, 30, constatou uma queda de 19,1 % na produção do milho segunda safra 2023-2024, em comparação à produção inicial de 11,4 milhões de toneladas. De acordo com a publicação, a produção será de 9,2 milhões de toneladas, uma redução de cerca de 34,7% quando comparada ao ciclo anterior (2022/2023). A produtividade estimada para o milho passou de 86,3 para 69,77 sacas/hectare, uma queda de 30,7% entre o estimado inicial e o atual.

De acordo com o analista de Economia da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Milho de Mato Grosso do Suil), Mateus Fernandes, em nota técnica distribuída pela entidade, “com a expectativa de produtividade de 69,77 sc/ha, o valor da quebra da segunda safra de milho 2023/2024 é de aproximadamente R$ 9,25 bilhões”.

A situação pode piorar ainda mais. “É importante ressaltar que esses números ainda não são oficiais, pois a amostragem das áreas ainda está em andamento, com previsão de término para o dia 13 de setembro”, aponta o coordenador técnico da Aprosoja-MS, Gabriel Balta.

Seca colocou colheita a perder

Ainda de acordo com Gabriel, a seca foi a principal causa da perda de potencial produtivo na segunda safra de milho de 2023/2024. “Esta condição adversa impactou uma área total de 765,8 mil hectares em Mato Grosso do Sul. Os períodos de seca ocorreram inicialmente entre março e abril, com duração de 10 a 30 dias de estresse hídrico. Mais recentemente, entre abril e julho, o Estado enfrentou um total de 90 dias sem chuva. Notavelmente, a região norte do estado já está há mais de 100 dias sem precipitação. Além das baixas produtividades registradas no campo, também observamos perdas totais da produção, onde o produtor acaba passando o rolo faca, pois a colheita não compensa”.

Amostras coletadas de milho nas lavouras de MS; há regiões onde nem compensa colher. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

Em Mato Grosso do Sul as condições das lavouras levantadas pelas equipes da Aprosoja-MS e tabuladas pelo projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) apontam que além das 765,8 mil hectares duramente impactadas pela seca, ainda há outras 575,6 mil hectares em condições regulares, o que totaliza 1.341.400 hectares em condições desfavoráveis, com algum nível de perda de potencial produtivo. Lavoura de milho em condição considerada “boa” é a menor parte, apenas 876,5 mil hectares.

Andamento da colheita

De acordo com dados do projeto Siga-MS, executado pela Aprosoja-MS, até o momento, 65,9% das lavouras foram colhidas no Estado. A colheita está mais avançada na região norte do estado, com uma média de 82,8%. Na região sul, a média é de 66,1%, enquanto na região centro é de 56,1%. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Projeto Siga-MS, é de aproximadamente 1,4 milhão de hectares.

A porcentagem de área colhida na segunda safra 2023/2024 encontra-se 49,7 pontos percentuais superior em relação à segunda safra 22/23, para a data de 26 de julho.

FONTE: CAMPO GRANDE NEWS

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